Perfil epidemiológico dos atendimentos por urgências oftalmológicas no Brasil

Abstract

Os olhos e seus anexos ocupam somente uma pequena parte de todo o corpo humano (cerca de 0,1%), entretanto, são eles que permitem a percepção do meio através de um dos 5 principais sentidos humanos: a visão. Uma das principais formas de um indivíduo ter sua visão comprometida é se este for vítima de uma urgência oftalmológica, que é, por definição, uma doença aguda – de início até 15 dias antes da procura do atendimento médico, com risco de perda ocular, muito comumente causada por traumas, e que totaliza um percentual considerável dos motivos de procura por atendimento médico. Apesar de existirem centenas de serviços que atendem esse quadro por todo o Brasil, há uma relativa escassez de investigações epidemiológicas na literatura nacional - mesmo com os 55 milhões de traumatismos oculares que restringem as atividades por pelo menos um dia. OBJETIVO: Descrever o perfil epidemiológico dos pacientes internados por urgências oftalmológicas no Brasil de 2018 a 2022. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo observacional, descritivo, transversal, quantitativo com números estatísticos e discutidos qualitativamente no decorrer do trabalho, no qual os pesquisadores tratam de dados públicos coletados e salvos no programa Datasus. A coleta foi realizada através dos dados notificados na plataforma do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus) selecionados os anos de 2018 a 2022, restrito o caráter de atendimento a “Urgência” e restrito o capítulo do CID-10 a “Doenças do olho e anexos”. Foram utilizadas as variáveis: número de internações, faixa etária 1, sexo, cor/raça, ano atendimento e região de residência. RESULTADOS: De forma geral, foi possível observar um total de 85.439 atendimentos em caráter de urgência, por doenças do olho e seus anexos, entre 2018 e 2022, no Brasil. Com relação ao ano, o ano com maior número de atendimento foi 2022, que contou com 19.957 (23,3%) atendimentos. Além disso, a faixa etária mais prevalente foi a que compreende dos 60 aos 69 anos (21,8% do casos), enquanto a menos prevalente foi dos 10 aos 14 anos (1,9% dos casos). Outrossim, o sexo mais afetado foi o sexo masculino, com 48.465 casos, para 36.974 do sexo feminino. Ademais, a cor/raça parda foi a com maior número de casos (9.726), enquanto a cor/raça indígena teve a menor ocorrência dos casos (106). Por fim, sobre as regiões do Brasil, a região Sudeste somou o maior número total de internações (48,2%), enquanto a região Norte representou o menor quantitativo (4,9%). CONCLUSÃO: O perfil epidemiológico das internações por urgências oftalmológicas consiste em pacientes da faixa etária entre 60 a 69 anos, sexo masculino, cor/raça parda e residentes da região Sudeste.