Impacto dos fatores sociodemográficos na fila cirúrgica para escoliose idiopática do adolescente

Abstract

Introdução: A escoliose é uma deformidade da coluna vertebral, caracterizada por uma inclinação lateral e pode ocorrer ainda a rotação dos corpos vertebrais. A fila de indivíduos que esperam por uma cirurgia para escoliose na maior parte dos hospitais brasileiros tem crescido muito, o que caracteriza essa realidade como um problema de saúde pública. Objetivo: Analisar os aspectos do perfil clínico e sociodemográficos dos pacientes e seus possíveis impactos na gravidade da EIA em um serviço especializado em cirurgia de coluna. Métodos: Estudo observacional transversal analítico de dados primários e secundários. O estudo foi realizado por meio da coleta de dados adquirida através da aplicação e análise de formulário eletrônico. Resultados: Foram avaliados 81 pacientes, sendo 65 (80,2%) do sexo feminino, com média de idade 14 anos (± 2,1) entre as meninas e de 15,6 (± 1,6) anos entre os meninos. Na análise radiográfica, a média do ângulo de Cobb houve uma aproximação com relação aos valores entre meninas e meninos. Na variável indicação de tratamento apenas 8 (9,9%) dos pacientes do sexo feminino e 6 (9,2%) dos pacientes do sexo masculino tiveram indicação de colete. Do total, 40 (49,4%) tiveram indicação para cirurgia, dentre eles 31 das meninas (47,7%). Analisando os 34 pacientes que já realizaram a cirurgia, o tempo médio de espera para realizar o procedimento foi de 16,41 (±14,91) meses. Cerca de 50 (70,4%) pacientes já estava com maturidade óssea de acordo com o Risser quando chegaram ao serviço especializado. Conclusão: A maior parte dos pacientes com EIA chega ao ambulatório de ortopedia com curvas escolióticas com ângulos já cirúrgicos e com uma maturidade óssea já estabelecida, não havendo margem para tratamento conservador. Há uma demora média de 16 meses na fila para cirurgia de escoliose.