Conhecimentos e atitudes de familiares de pacientes submetidos a eletroconvulsoterapia: uma revisão sistemática

Abstract

Introdução: A eletroconvulsoterapia (ECT) é uma prática terapêutica eficiente no tratamento de transtornos psiquiátricos resistentes a farmacoterapia, consistindo em uma indução de convulsões generalizadas através da passagem de uma corrente elétrica no cérebro, sob anestesia e relaxante muscular em ambiente hospitalar. Apesar da terapêutica ser baseada em evidência, segura e eficaz, há uma persistência de visões estigmatizadas, preconceituosas e arcaicas disseminadas pela mídia. Objetivo: Analisar conhecimentos e atitudes frente a eletroconvulsoterapia dos familiares de pacientes que foram submetidos a ECT. Metodologia: Trata-se de uma revisão sistemática de estudos observacionais, publicados entre os anos de 2011 e 2017. A busca no período de novembro e dezembro de 2020, a identificação e seleção dos artigos utilizou os bancos de dados do PubMed, usando os descritores no Medical Subject Headings (MeSH) e contrações dos descritores no DECs (Descritores em Ciência da Saúde): “eletroconvulsive therapy”, “knowloedge” e “atitudes” no título e resumo de artigos publicados em língua inglesa, usando o operador booleano “AND”. Como guia para validação dessa revisão, foi utilizado o checklist PRISMA de 2009. Resultados: Foram selecionados cinco estudos, de acordo com critérios de elegibilidade. Atitudes positivas dos familiares dos pacientes submetidos a ECT - frente a esta terapia -, foram as mais frequentes em todos os cinco9–12,24 estudos analisados nessa revisão, em paridade com as atitudes negativas e ambivalentes. Três estudos10,11,24, dos cinco analisados, demonstraram que a maior parte dos familiares tinham conhecimento básico suficiente sobre a ECT, e que a maior fonte de informações sobre a terapêutica era do médico. Dos quatro estudos 10–12,24 dessa revisão que analisaram os tipos de fonte de informação, três10,11,24 deles que mostraram o médico como principal fonte informativa sobre a ECT. Conclusão: Os estudos incluídos convergiram nos resultados quanto a prevalência de atitudes positivas dos familiares dos pacientes em relação a ECT. Quanto aos conhecimentos, pôde-se inferir que os familiares que demonstraram conhecimentos básicos sobre a ECT tiveram uma fonte de dados e informações mais confiáveis – médicos psiquiatras -, em comparado àqueles que se respaldaram em fontes questionáveis e facciosas como a mídia, internet e experiências de outras pessoas.