Tendência temporal da taxa de internação por endometriose. Salvador – durante o período de 2013 – 2022

Abstract

Introdução: A endometriose é uma doença crônica benigna, que não tem etiologia bem definida e apresenta como característica principal a presença de tecido endometrial fora da cavidade uterina. Está presente em cerca de 40% das adolescentes que sofrem de dor pélvica crônica, acomete 5-10% das mulheres em idade reprodutiva e apresenta um tempo de diagnóstico consideravelmente longo, o qual varia de 4 a 11 anos. Objetivos: Analisar a tendência temporal de mulheres internadas com diagnóstico de endometriose em Salvador-Bahia, entre os anos de 2013 e 2022. Descrever a tendência temporal da taxa de internação por faixa etária no período do estudo, analisar o valor dos custos com internações no período do estudo, a totalidade dos dias de permanência em internação por faixa etária e o número de óbitos por faixa etária no período. Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico, do tipo descritivo, com uso de dados secundários. Os dados foram extraídos do Departamento de Informática do SUS (DATASUS), analisados e dispostos em tabelas e gráficos. As variáveis foram: internações hospitalares, ano da internação (entre 2013 e 2022), faixas etárias (15 a 29 anos, 30 a 45 anos e 46 a 59 anos), média dos dias de internação, valor gasto com os serviços de internação e óbitos por ano e faixa etária. Resultados: A maior taxa de internação por endometriose na cidade encontrava-se na faixa etária de 30-44 anos (6,25), sendo 10,93 a maior taxa anual de internação no ano de 2022. O maior valor da média de permanência foi 31,3 na faixa etária de 30 a 44 anos, e o maior custo do Sistema Único de Saúde foi em relação as idades de 30 a 44 anos, equivalente a 28,7 mil reais. Conclusão: a taxa de internação em Salvador aumenta a cada ano e o alto valor da taxa no ano de 2022 demonstra como a doença pode evoluir com gravidade quando o diagnóstico é tardio, mesmo sendo uma doença benigna. Prova disso é o custo elevado e a média dos dias de internação aumentada na faixa etária de 45 a 59 anos, o que corrobora, mais uma vez, para as consequências desse acometimento. Assim, é de extrema valia que cada caso seja avaliado de forma integral, com atenção multidisciplinar e tratamento individualizado para cada mulher.