Educação e saúde sexual entre adolescentes uma revisão integrativa da produção acadêmica brasileira recente

Abstract

A sexualidade conforma uma importante parcela da experiência humana, sendo componente fundamental da saúde de adolescentes e jovens, pois vai além da perspectiva biológica, manifestando-se como um fenômeno psicológico e social. Transmitir informações de qualidade sobre saúde sexual e reprodutiva aos adolescentes é essencial, na medida em que promove reconhecimento social, liberdade e autonomia, evitando que sejam submetidos a situações de risco e vulnerabilidades no plano pessoal, social ou institucional. O presente estudo teve como objetivo principal investigar a produção científica brasileira sobre educação e saúde sexual voltada para estudantes adolescentes concentrando os achados produzidos entre os anos de 2011 à 2023. Esse trabalho consiste numa revisão integrativa da literatura cuja busca foi realizada na base de dados do Portal CAPES, com estudos publicados no período de 2011 à 2023, sendo a amostra final composta por 12 artigos científicos. Os resultados mostram que as principais fontes de informação sobre a educação sexual relatadas foram família, escola, amigos e internet. O preservativo masculino foi principal método de prevenção da gravidez e das ISTs conhecido pelos adolescentes. Foi relatado o uso inconsistente do preservativo entre parte dos jovens, fator que predispõe aos mesmos a riscos, como a gravidez indesejada ou adquirir uma IST. A maioria dos estudos evidenciou lacunas no conhecimento dos adolescentes em relação às ISTs, sendo que as meninas possuem melhor percepção sobre as formas de contágio, em contraponto com os meninos, os quais apresentam maior comportamento de risco, maior número de parceiros sexuais e menor conhecimento sobre a prevenção. O início mais precoce da vida sexual se deu entre os meninos, em relação às meninas, com variação da idade da sexarca, entre 13 a 15 anos. Entende-se que o cruzamento das dimensões de gênero, sexualidade, classe social, raça ou etnia e geração potencializam desigualdades sociais, implicando em déficits na educação e saúde sexual de indivíduos desfavorecidos socialmente. Dessa forma, conclui-se que ocorre defasagem educacional sobre a temática da educação e saúde sexual entre adolescentes e, por conseguinte, há a necessidade de intervenções eficazes para jovens sobre essa questão. Ademais, é importante ressaltar a carência de dados científicos mais robustos e atualizados que alcancem os adolescentes sobre a temática estudada de maneira ampliada.