Cirurgia cardíaca minimamente invasiva e vídeo-assistida: resultados de 11 anos de experiência em um centro terciário

Abstract

INTRODUÇÃO: A cirurgia cardíaca minimamente invasiva é definida como qualquer procedimento que não seja por meio da esternotomia mediana tradicional e seu uso tem sido ampliado nas últimas décadas. OBJETIVO: Analisar os resultados e o seguimento clínico de pacientes submetidos a cirurgia cardíaca de troca valvar por técnicas minimamente invasivas em um hospital terciário de Salvador, Bahia, Brasil. MÉTODOS: Trata-se de uma coorte retrospectiva, a partir da coleta dos dados nos prontuários eletrônicos dos pacientes submetidos à cirurgia cardíaca minimamente invasiva entre os anos de 2010 à 2022 em um hospital privado.. Aquelas com distribuição paramétricas foram descritas como média e desvio padrão, enquanto as com distribuição não paramétricas, como mediana e intervalo interquartil (IQ), dados categóricos foram descritos como proporção. RESULTADOS: Foram coletados dados de 99 pacientes, com idade de 60 (48;69) anos, sendo 55,6% do sexo feminino, 59,6% hipertensos, 7,1% diabéticos e 42,4% dislipidêmicos. A mortalidade média estimada pelo escore STS foi de 1% (0,67;2). O principal tipo de cirurgia realizado foi a troca mitral (68,7%), seguido de troca aórtica (23,2%). As incisões utilizadas foram minitoracotomia direita (43,4%), minitoracotomia superior (21,2%) e minitoracotomia periareolar (16,1%). A mediana do tempo de internação foi de 9 (7-15) dias. Foram verificados 2 óbitos, 6 acidentes vasculares encefálicos e 1 infarto agudo do miocárdio intra-hospitalar. A ocorrência de eventos combinados (morte, AVC, infarto) no longo prazo (mediana de 52 semanas de acompanhamento) foi de 9 eventos perfazendo um total de 9,1% da amostra. CONCLUSÃO: a cirurgia minimamente invasiva se mostra um procedimento eficaz com baixas taxas de complicação e que se alinha com as tendências de reduzir as incisões, juntamente com o benefício estético. Essa técnica deve ser percebida como uma opção alternativa de tratamento e deve ser incorporado com base no contexto e necessidade de cada paciente.