Perfil dos pacientes com lesão renal aguda no pós operatório de cirurgia cardíaca em um hospital de referência em Salvador - Ba

Abstract

Introdução: A lesão renal aguda é a segunda complicação maior mais comum no pósoperatório de cirurgias cardíacas, sendo responsável por maiores tempo de internamento hospitalar, terapia substitutiva renal, e maiores taxas de mortalidade. Seu desenvolvimento está relacionado com fatores de risco pré, intra e pós operatórios, como comorbidades prévias dos pacientes, tipo de cirurgia a ser realizada, tempo de circulação extracorpórea, necessidade de transfusão de hemocomponentes e utilização de drogas vasoativas. Objetivos: Descrever o perfil dos pacientes com lesão renal aguda no pós-operatório de cirurgias cardíacas no hospital Ana Nery, em Salvador. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional, descritivo, de corte transversal, com grupo controle, com dados secundários obtidos a partir do sistema de prontuário eletrônico do Hospital Ana Nery, em Salvador, Bahia. Resultados: Dentre os 1.132 pacientes incluídos no estudo, 22 sofreram injúria renal aguda no pós operatório, sendo que as principais comorbidades nesses pacientes foram hipertensão arterial sistêmica, com prevalência de 77,7% dos pacientes acometidos, contra 64,9% da população gera, diabetes mellitus tipo 2, com prevalência de 31,8% nos acometidos e 25,2% na população total, endocardite com prevalência de 22,7% nos pacientes acometidos e de 4% na população total. Dentre os principais fatores intraoperatórios, tivemos uma prevalência de 59,1% de transfusão de hemocomponentes na população acometida, contra 30,1% da população total. Dentre os fatores pós-operatórios tivemos como mediana de creatinina pósoperatória dos pacientes acometidos 2,85mg/dL, contra 0,68mg/dL da população geral. Conclusão: A identificação dos fatores de risco é importante, pois nos permite traçar o perfil dos pacientes, e montar estratégias para evitar o desenvolvimento de lesão renal, de forma a melhorar os desfechos cirúrgicos, diminuir tempo de internação e as taxas de terapia substitutiva renal e óbito, o que também contribui para a diminuição dos custos hospitalares gerados por esses pacientes.