Diagnóstico etiológico e índices de espirometria em pacientes com bronquiectasias não-fibrocísticas atendidos em um serviço de referência do estado da bahia

Abstract

INTRODUÇÃO: A bronquiectasia é uma dilatação irreversível da árvore brônquica, resultando em sintomas crônicos de vias aéreas e infecções recorrentes. A doença é mais comum em mulheres e idosos a partir dos 75 anos. Com a utilização da TC de tórax, houve um aumento no diagnóstico, evidenciando a necessidade de maiores pesquisas sobre o tema. OBJETIVOS: Descrever o perfil clínico, as etiologias mais frequentes e valores de espirometria de pacientes com bronquiectasias não fibrocísticas. METODOLOGIA: Estudo descritivo retrospectivo, realizado no ambulatório de pneumologia do Hospital Especializado Otávio Mangabeira, onde foram coletados dados dos prontuários de pacientes com bronquiectasias não fibrocísticas atendidos no período de 2019 e 2020. Foram excluídos pacientes com bronquiectasias fibrocísticas ou tuberculosas e menores de 18 anos. As variáveis analisadas foram sexo, idade, etiologia, procedência e os valores da espirometria, as quais foram descritas em porcentagem, média e desvio padrão. RESULTADO: Participaram do estudo 37 pacientes atendidos no Hospital Especializado Otávio Mangabeira com bronquiectasias não fibrocísticas. 57% (21) dos indivíduos são do sexo feminino. A média de idade encontrada foi 46,16 (±16,38), sendo o valor mínimo 18 anos e o máximo 84 anos. Os pacientes analisados são procedentes do estado da Bahia e a maioria é da cidade de Salvador (38%). Em relação à etiologia, 11 (30%) foram diagnosticados com discinesia ciliar, 6 (16%) com Síndrome de Kartagener, 1 (3%) com Deficiência de Anticorpo Antipolissacarídeo e 20 (54%) com o diagnóstico ainda indefinido. A média dos valores de VEF1 foi de 49%. CONCLUSÃO: Foi observado um predomínio do diagnóstico de bronquiectasia não fibrocística em pacientes com idade avançada e sexo feminino. Foi identificada, também, uma dificuldade de diagnóstico, já que a maioria dos indivíduos estudados teve diagnóstico indefinido (54%). Em relação aos valores de espirometria, houve discrepância em comparação a outros estudos.