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Title: Avaliação de sintomas do trato urinário inferior em pacientes com neoplasia intraeptelial de alto grau (NIC III) e câncer de colo de útero
Authors: DANTAS, Juliana Pedral Sampaio de Souza
Keywords: Câncer do Colo do Útero
Sintomas do Trato Urinário Inferior
Qualidade de vida
Issue Date: 2023
Abstract: Introdução: No Brasil, o câncer de colo do útero (CCU) é o terceiro mais incidente entre as mulheres, com exceção dos tumores de pele não melanoma. Evidências têm demonstrado que as mulheres que se submetem ao tratamento do CCU apresentam algum nível de disfunção do trato urinário inferior (STUI). A avaliação da presença de STUI dessas pacientes ou com neoplasia intraepitelial de alto grau (NIC III), sejam elas tratadas (cirurgia, radioterapia externa, braquiterapia e/ou quimioterapia) ou não, ainda é pouco descrita na literatura. Além disso, outros fatores podem estar associados à essa prevalência - idade, multiparidade e tipos de partos – (cesárea ou vaginal) prévios. A avaliação permite ainda entender o impacto dos sintomas no cotidiano dessas mulheres. Objetivo: Avaliar a prevalência de STUI em pacientes com NIC III e CCU, atendidas em centro oncológico de referência. Metodologia: Estudo observacional, transversal e analítico, com coleta de dados utilizando o Incontinence Questionnaire Overactive Bladder (ICIQ-OAB). Voltada para a análise da frequência de STUI em mulheres com NIC III e CCU, bem como para o impacto no cotidiano dessas pacientes. Resultados: Nesse estudo foram incluídos um total de 119 pacientes, com diagnóstico de NIC III (74 - 61,3%) ou CCU (45 - 38,7%) atendidas no CICAN, submetidas ou não a tratamento. As mulheres com CCU eram mais velhas, quando comparadas às mulheres com NIC III [48 (IIQ 36,5-61) x 41,5 (IIQ 31,75-53), p = 0,013]. Em relação ao tratamento, a maioria das pacientes com NIC III (73 – 98,6%) foi submetida à Loop Electrosurgeons Excision Pocedure (LEEP). Por outro lado, das 45 pacientes com CCU, a maioria (29 – 64,4%) já havia sido submetida a tratamento multimodal e 11 (24,4%) pacientes ainda aguardavam tratamento. Dentre os STUI, a noctúria foi o que apresentou maior prevalência, em ambos os diagnósticos avaliados (NIC III ou CCU). Foi observado que mulheres com CCU apresentaram mais noctúria (p = 0,003), “noctúria verdadeira” (0,001) e polaciúria (p = 0,002) do que as mulheres sem lesão invasiva (NIC III). Por outro lado, não houve associação entre tais diagnósticos e a presença de incontinência urinária (p = 0,069) e urgência miccional (p = 0,161). Houve associação entre UI e idade mais avançada [52,5 (IIQ 42 – 61,5) X 41 (IIQ 32-53,5), p = 0,002]. Nenhum outro STUI demostrou associação com essa variável. Houve também associação entre número de partos e IU (p = 0,002), assim como urgência miccional (p = 0,000) e “noctúria verdadeira” (p = 0,001). Apenas urgência miccional apresenta associação com o tipo de parto (p = 0,010). Em relação ao impacto dos STUI no cotidiano das pacientes, independente do diagnóstico apresentado, observou-se elevado comprometimento daquelas com incontinência urinária e “noctúria verdadeira” (escore > 7) e escores menos expressivos (<7) nos outros sintomas. Conclusão: Dessa forma, pode-se constatar que a noctúria foi o STUI mais frequente dentre os que foram avaliados, tanto em mulheres com diagnóstico de NIC III, quanto CCU. Ademais, quando determinada “noctúria verdadeira”, ou seja, micção ocorrendo acima de 2x/noite, este sintoma continuou sendo o mais prevalente. Além disso, foi visto que não houve associação entre o diagnóstico e presença de sintomas de IU e UM, porém os outros sintomas demonstraram ser mais prevalentes em pacientes com CCU. Em relação à idade avançada, apenas IU apresentou associação. Por outro lado, somente UM representou significância quanto ao tipo de parto. Em relação à multiparidade, foi visto que IU, UM e “noctúria verdadeira” apresentam relação quanto maior a quantidade de gestações. Por fim, os STUI demonstraram impacto relevante no cotidiano das mulheres, independente do diagnóstico de NIC III ou CCU, devendo esses serem melhor explorados, definindo condutas para minimizar o comprometimento desses sintomas sobre o cotidiano das mulheres.
URI: https://repositorio.bahiana.edu.br:8443/jspui/handle/bahiana/7793
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