A gravidade da lesão renal aguda secundária à infecção por covid-19 uma revisão sistemática

Abstract

INTRODUÇÃO: A lesão renal aguda (LRA) se consolidou como uma possível complicação da infecção por COVID-19 e surgiu a necessidade de entender a fundo a sua fisiopatologia e a prevalência de cada um dos seus estágios nesse contexto para melhor compreender a sua gravidade e fatores de risco. OBJETIVOS: Entender a gravidade da LRA secundária à COVID-19, descrever as características demográficas e laboratoriais dos pacientes acometidos bem como analisar os possíveis desfechos dessa complicação. MÉTODOS: Foi realizada uma revisão sistemática a partir de estudos observacionais publicados nas plataformas Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE) via PubMED, The Cochrane Library, Excerpta Medica database (EMBASE) e Scientific Electronic Library Online (SciELO) entre abril de 2020 e abril de 2022 que levassem em consideração sexo, idade, cor da pele, nacionalidade, ano de publicação do estudo, creatinina sérica basal, hipertensão arterial sistêmica, diabetes melliutus, obesidade e a evolução para cada um dos estágios de LRA e necessidade de terapia renal substitutiva. RESULTADOS: Após a busca bibliográfica e aplicação do protocolo Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA), cinco estudos foram selecionados para passar pelo checklist Strengthening the reporting of observational studies in epidemiology (STROBE), todos pontuando acima de 85% dos critérios listados. Dessa forma a amostra com LRA somou 6710 pacientes. A variação da de LRA estágio 1 foi de 15% a 58%, estágio 2 de 13% a 51%, estágio 3 de 5% a 45,8% e a necessidade de terapia renal substitutiva de 9,8% a 35,4%. CONCLUSÃO: A LRA secundária à COVID-19 está associada a piores desfechos, contudo mais estudos são necessários para compreender as nuances da doença e sua relação com fatores de risco.