Epidemiologia da insuficiência cardíaca em um hospital terciário na bahia

Abstract

Introdução: A Insuficiência Cardíaca (IC) é uma síndrome caracterizada pelo comprometimento da função cardíaca, resultando em um débito cardíaco incapaz de suprir as necessidades dos demais tecidos corporais. As etiologias mais comuns no cenário brasileiro são: cardiopatia isquêmica, hipertensiva, chagásica, valvar, cardiomiopatia dilatada idiopática, miocardites, cardiopatias congênitas, miocardiopatias restritivas, lesão por cardiotoxicidade, doenças extracardíacas, taquicardiomiopatias e cardiopatias periparto. Objetivos: Descrever, dentre pacientes com níveis altos de BNP e NT-proBNP qual é a prevalência da insuficiência cardíaca. Métodos: Trata-se de um estudo observacional transversal, através de dados do prontuário eletrônico do Hospital Santa Izabel a partir de uma seleção de pacientes dosados para BNP e NT-proBNP na admissão. Resultados: Dos 149 pacientes incluídos no estudo, 119 (79,9%) tinham diagnóstico de IC. Dentre esses 119 pacientes, as etiologias isquêmica e hipertensiva foram predominantes. 31.9% dos pacientes tinham IC devido a cardiopatia isquêmica e 20,1% por cardiopatia hipertensiva. 12 pacientes desenvolveram a IC devido a doenças extracardíacas e 12 por doença valvar. Dos pacientes incluídos no estudo, 137 obtiveram alta do serviço, enquanto 12 evoluíram para óbito. Quando divididos entre os grupos IC e não-IC, 9,2% dos pacientes com IC evoluíram para óbito e 90,8% tiveram alta do serviço. No grupo não-IC, 1 paciente (3,3%) evoluiu para óbito, enquanto 29 (96,7%) receberam alta. A análise da correlação entre o diagnóstico de insuficiência cardíaca e o desfecho clínico dos pacientes incluídos no estudo demonstrou não haver correlação entre as duas variáveis independentes (p=0,461). Conclusão: Dentre pacientes com níveis altos de BNP e NT-proBNP, 79,9% apresentaram diagnóstico de insuficiência cardíaca. Desses, 31,9% tinham como causa mais frequente da IC a miocardiopatia isquêmica, seguida somente da hipertensiva, que acometeu 20,1% dos pacientes. O número de óbitos ocorrido foi insuficiente para identificação de diferença estatística entre os grupos IC e não-IC.