Extensão popular em saúde: contribuições para ampliação de competências na formação médica tradicional

Abstract

A extensão universitária como ato político e social compõe o tripé da Universidade. Seu objeto imagem é um processo formativo interdisciplinar, cultural, científico e político que promova uma interação dialógica, reflexiva e transformadora entre a Universidade e outros setores sociais. No campo da saúde, especificamente na graduação em Medicina, a extensão universitária toma contornos de extrema relevância, uma vez que se faz imperioso a formação de médicos e médicas críticos e comprometidos com as demandas sociais e sanitárias da população. Diante disso, esse estudo se propôs a analisar a percepção das/os extensionistas de Medicina sobre suas vivências no Programa Bahiana em Defesa da Vida (PBDV) O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, com o CAAE 66826723.0.0000.5544. O caminho metodológico adotado foi a sistematização das experiências de estudantes de medicina na extensão popular, por meio de entrevistas individuais semiestruturadas. Os resultados são apresentados em categorias e que revelam um traço comum: a compreensão do quão relevante foi a participação em uma extensão universitária, de caráter popular, dialógica e que se propõe ir na contramão da formação tradicional em medicina. Além de apontarem a ampliação do sentido de cuidado em saúde, impulsionando a uma atuação mais crítica, reflexiva e que valorize e respeite o contexto histórico, social e cultural dos usuários dos serviços de saúde. Percebe-se, pois, a potencialidade da extensão popular como espaço propulsor para uma formação médica mais humanizada, empática e comprometida com as necessidades da população e que, sobretudo, privilegie o lugar da escuta e da singularidade de cada indivíduo.