Simulação virtual como estratégia para avaliação de competências em exame clínico objetivo estruturado em curso médico

Abstract

IINTRODUÇÃO. A pandemia da COVID-19 trouxe uma série de modificações importantes para as atividades didático-pedagógicas das instituições de ensino em saúde. Passado esse período, muito do que foi implementado tornou-se passível de continuar sendo utilizado, principalmente no que diz respeito ao uso das tecnologias educacionais em saúde. Simuladores virtuais de atendimento, acabam por propiciar o atendimento estruturado de um paciente e, consequentemente, torna factível a simulação clínica em ambiente de ensino. Tendo em vista a possibilidade de utilização destes recursos didáticos, é necessário que haja uma avaliação do processo de desenvolvimento e aplicação. OBJETIVOS. Aplicar e descrever atividade de simulação virtual durante exame clínico objetivo estruturado (OSCE) para avaliação de competência, bem como verificar o desempenho dos estudantes. MÉTODOS. Trata-se de estudo misto, observacional tipo corte transversal e qualitativo de caráter exploratório, com base em ação avaliativa educacional envolvendo acadêmicos do ciclo clínico da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP). Foram incluídos no estudo todos os acadêmicos ingressantes no quarto ano do curso de medicina da EBMSP que participaram do OSCE no semestre letivo de 2023.1. Foi organizado pela comissão gerencial da OSCE a implantação de estação virtual de atendimento para melhor atender demandas logísticas institucionais. Foi criado um roteiro de exame clínico estruturado, com base em competências exigidas. Com base neste enredo, foi realizada gravação de material, com atriz do quadro de simulação realística, atuando de acordo com o roteiro elaborado. Tal conteúdo foi carregado em um software chamado H5P®, plugin disponível para Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) da instituição via Moodle®, sendo incluído perguntas com conteúdo específico objetivo, apoiados em projeção de exames complementares previamente definidos para o caso, juntamente com questão discursiva acerca de ética médica. O link de acesso para o conteúdo foi disponibilizado em área de trabalho do computador da sala de avaliação, tendo em comando inicial para o aluno, o login com conta pessoal e início de estação. RESULTADOS. Dos 150 estudantes de medicina vinculados ao semestre e cadastrados para a realização do OSCE, compareceram no dia 115 (76,6%). Os estudantes foram submetidos a três questionamentos objetivos no recurso educacional avaliado envolvendo conhecimento/habilidade da área médica apresentando bom desempenho, sendo, respectivamente, 95 (84,8%), 91 (81,25%) e 69 (61,6%) a quantidade de acertos nas questões avaliadas. Os dados qualitativos foram tratados e analisados de acordo a técnica de análise temática nas seguintes categorias: ‘identifica problema ético’, ‘não identifica problema ético’ e ‘fuga do tema’. CONCLUSÃO. A construção e aplicação de estação virtual de atendimento para utilização em OSCE mostrou ser uma ferramenta didática que auxilia no processo de formação e permite o desenvolvimento de competências por parte dos estudantes.