A telessaúde como estratégia de aprendizagem no ensino médico

Abstract

Introdução: A telemedicina, em um sentido ampliado, pode ser definida como o uso de tecnologias de informação e comunicação em saúde, proporcionando uma oportunidade de prestação de serviços de saúde com a utilização dos serviços de tele-consultoria na atenção básica, auxiliando os profissionais de saúde na melhoria do atendimento aos pacientes, com apoio direcional aos especializados. Objetivo: Implementar e avaliar uma ferramenta adaptada para solicitação da segunda opinião ao especialista, na proposta de telemedicina acadêmica, no curso de Medicina da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. Casuísticas e Métodos: Trata-se de um estudo misto, qualitativo e quantitativo, descritivo e analítico, com participação do estudo alunos, professores do internato e do grupo de pesquisa, e residentes de saúde da família e comunidade do curso de medicina da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP) em Salvador– Bahia – Brasil. Foi constituído de três etapas. Na primeira foi realizada análise das diversas ferramentas disponíveis na plataforma Moodle e construção da unidade educacional. No segundo momento foi realizada avaliação por painel constituído por professores da unidade de atenção primária, residentes de medicina de família e comunidade e estudantes e ambiente simulado, verificando a usabilidade com a ferramenta Survey Usability Scale (SUS) e itens objetivos e abertos para verificar a percepção dos painelistas. Na terceira etapa o projeto foi oferecido como atividade acadêmica para os alunos do primeiro rodízio de atenção primária no 11º semestre com avaliação da usabilidade e percepção semelhante ao aplicado na 2ª etapa. Resultado: Definido o ambiente do Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment (Moodle) e recurso “Fórum” como estratégia mais adequadas. O painel de avaliação prévio à aplicação da estratégia educacional apontou que a ferramenta tinha bom índice de usabilidade com a escala SUS, significativamente mais elevado entre os estudantes 94% (± 7,2) quando comparado com médicos (73% (±15,7) e residentes 77% (±15,8). A análise qualitativa também evidenciou que os painelistas julgavam o recurso adequado e útil para o ensino, tendo sido apontadas oportunidades e melhoria. Por fim, a aplicação da ferramenta com 38 estudantes do 1º rodízio do 11º semestre do curso de medicina, utilizaram o recurso “Segunda Opinião do Especialista” ao longo de 8 semanas, seguindo as instruções oferecidas, que após esse período respondeu ao questionário com perguntas abertas e questões do sus com a média e desvio padrão (DP) obtidos na aplicação da escala de usabilidade SUS entre os estudantes foi de 79,31% (±14,20), com boa aceitação da atividade educacional. Conclusão: A proposta da telemedicina acadêmica, com a aplicação segunda opinião do especialista foi implantada, apresenta evidências de boa usabilidade também percebida como uma estratégia importante para a educação médica.