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https://repositorio.bahiana.edu.br:8443/jspui/handle/bahiana/7503
Title: | Intoxicação eletrônica em crianças de zero a quatro anos: percepção dos pais |
Authors: | PEDREIRA, Camila FIGUEIREDO, Ataíde |
Keywords: | Criança Pré-escolar Lactentes Saúde Mental Intoxicação Eletrônica Psicanálise |
Issue Date: | 2022 |
Abstract: | Introdução: As atividades sociais e de lazer, no período da pandemia, foram reduzidas ou inexistiram, tanto quanto foi desconfigurada a borda entre lazer e trabalho. Nesse contexto, os pais, em muitos casos, precisaram cuidar das crianças, trabalhar e realizar atividades de casa. O cuidado das crianças, que já estava permeado pela presença, cada vez mais precoce, dos dispositivos eletrônicos digitais, sofreu uma intensificação nesse sentido. A Sociedade Brasileira de Pediatria alerta para os prejuízos na aquisição de habilidades associados à exposição precoce e intensa das telas, como atraso no desenvolvimento cognitivo, na linguagem, habilidades sociais e alterações de sono. O conceito de intoxicação eletrônica aponta para alterações discursivas do laço decorrente de entraves no exercício das funções maternas e paternas, acarretando impasses para a constituição psíquica, como concebido pela psicanálise, constituindo-se um risco à saúde mental desde um tempo precoce. Indaga-se como os cuidadores primários perceberam os sinais de intoxicação eletrônica em seus filhos. Objetivo: O presente trabalho buscou conhecer a percepção dos pais de crianças de zero a quatro anos, sobre o efeito do uso intenso dos dispositivos digitais. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa qualitativa e exploratória, realizada através de entrevistas compreensivas com cuidadores primordiais de crianças pré-escolares e lactentes (entre dois e quatro anos), em Salvador, Região Metropolitana e Feira de Santana, que fazem uso intenso dos dispositivos digitais, apresentando ou não sinais de intoxicação eletrônica. A seleção dos participantes foi pelo método bola de neve. Os cuidadores pesquisados foram mães, em sua totalidade, por serem essas que ocuparam lugar de cuidador primário, nos casos investigados. A partir dos dados coletados foram estruturadas categorias, buscando a identificação de núcleos de sentido. Resultados: O primeiro núcleo de sentido, “Identificação de alterações”, corresponde às alterações identificadas a partir do uso das telas, o percurso de investigação dessas alterações e os sentimentos dos pais. O segundo núcleo de sentido, “Cuidado”, corresponde às medidas de cuidado adotadas a partir das alterações identificadas e se refere aos impasses para o exercício das funções maternas e paternas. As mães apresentaram, em sua maioria, dificuldade de perceber a intoxicação eletrônica em seus filhos, o uso constante das telas é normalizado na maior parte das famílias. O efeito do “só depois” pode ser visto, uma vez que os prejuízos são percebidos quando se espera da criança aquisição de habilidades como fala, interação e socialização. A pandemia intensificou o uso das telas pelas crianças, mas a depender do modo como esse uso foi mediado, pode haver diferentes efeitos, o que faz com que nem todo uso seja um caso de intoxicação eletrônica. Considerações Finais: Este trabalho identificou que os pais sabiam dos efeitos negativos do uso das telas para os bebês e crianças, mas ainda assim permitiram a exposição por não dimensionarem os impactos negativos do uso e por estarem sob efeito do uso intenso das telas na cultura digital vigente. Foram eles que identificaram que algo não ia bem com seus filhos, mas não conseguiram associar ao uso das telas. As atividades laborais ou de trabalho dos pais apareceu como um dos principais fatores de dificuldade destes na mediação do uso das telas. Há uma precariedade de estudos sobre a visão dos cuidadores primordiais e sobre os aspectos constitutivos do laço entre bebê (ou criança) e cuidador. Esse aspecto constitutivo do laço é importante para pensar a intoxicação eletrônica. O que está em questão é o lugar do desejo do cuidador pela criança que está se constituindo. |
URI: | https://repositorio.bahiana.edu.br:8443/jspui/handle/bahiana/7503 |
Appears in Collections: | SAÚDE MENTAL E TRABALHO EM UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA DA BAHIA |
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Camila Ataíde - Ataíde Figueiredo - Intoxicação eletrônica em crianças de zero a quatro anos- percepção dos pais - 2022.pdf | 3,19 MB | Adobe PDF | View/Open |
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