Soroprevalência de infecção por sars-cov-2 em trabalhadores da fiocruz – ba em regime presencial durante a pandemia da covid-19

Abstract

INTRODUÇÃO: A pandemia pela COVID-19 se mostrou um desafio avassalador para o mundo inteiro, tomando milhares de vidas e deixando consequências ainda perceptíveis após dois anos de seu início. Dentre as medidas de redução de disseminação do vírus SARS-CoV-2, o serviço à distância foi adotado por muitos ambientes de trabalho. Alguns ofícios, entretanto, se mostraram de inviável realização de maneira remota, mantendo-se presenciais durante a pandemia. A Fiocruz foi um desses ambientes devido à sua natureza de atividade no campo da pesquisa. Tendo isso em vista, a avaliação da soroprevalência de infecção por SARS-CoV-2 nos trabalhadores foi utilizada como ferramenta de indicação do nível de exposição, podendo direcionar as medidas protetoras. OBJETIVO: objetiva-se com o presente estudo investigar a soroprevalência da infecção por SARS-CoV-2 em colaboradores da Fiocruz – BA que trabalharam em regime presencial durante a pandemia pela COVID-19. MÉTODOS: foram analisadas 175 amostras coletadas durante quatro soroinquéritos, realizados entre março de 2020 e agosto de 2021. A testagem foi realizada através dos kits de testes imunocromatográficos SARS-CoV-2 antibody test®️ - Biomanguinhos, via amostra de sangue. As variáveis analisadas foram os resultados dos testes (reagente ou não reagente), bem como o setor de trabalho de cada participante, sendo a prevalência calculada por porcentagem de positividade por fase do inquérito e por setor. Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Fiocruz-BA no dia 07 de março de 2022, sob protocolo de número 5.276.101. RESULTADOS: Foi encontrada taxa de positivação de 20.5%, 15.4%,18.1% e 28.4%, respectivamente, nas 4 fases do soroinquérito. Uma maior prevalência de infecção foi encontrada em trabalhadores dos setores de limpeza (9.52% a 42.7%) e manutenção (17.3% a 53.5%), estes setores também foram aqueles em que se observou maior comparecimento aos soroinquéritos. Setores laboratoriais e de diretoria, no geral, aparentaram menor porcentagem de positivação, mesmo em setores com maior número de participantes. CONCLUSÃO: A maior taxa de soropositividade nos trabalhadores chama atenção para o risco de exposição, destacando-se os funcionários dos setores de limpeza e manutenção.