Perfil de mortalidade de lesões traumáticas na população adulta da Bahia

Abstract

INTRODUÇÃO: O trauma define-se por lesão tecidual provocada por uma fonte externa de energia, caracterizando-se por repercussões metabólico-inflamatórias locais e sistêmicas influenciadas pela gravidade da lesão. A população adulta, assume papel de destaque, pela maior exposição a situações traumáticas, como também pela elevada gravidade das lesões nessa parcela da população, levando a muitos óbitos, bem como à incapacitação entre os sobreviventes. OBJETIVO: Descrever o perfil de mortalidade por traumas na população adulta da Bahia. MÉTODOS: Estudo descritivo, longitudinal, com dados secundários colhidos do Sistema de Informações sobre Mortalidade, no período de 2001 a 2020, entre a população de 20 a 59 anos de idade. O estudo foi realizado na Bahia, sendo avaliadas as variáveis: faixa etária, sexo, raça/cor, ano do óbito, mês do óbito, grupo de causas externas, local de ocorrência e acidente de trabalho. RESULTADOS: Entre 2001-2020 foram notificados 150.526 óbitos por traumas. Faixa etária de 20-29 anos, sexo masculino e raça/cor parda apresentaram 43.77%, 89.79% e 72,70% dos óbitos, respectivamente. O ano e o mês que apresentaram, respectivamente, o maior número de óbitos foram 2016 e dezembro. Em relação às causas externas, evidenciou-se que Agressões e Acidentes de transporte foram as principais causas. A via pública foi o local de ocorrência com maior índice de mortalidade. Em cerca de 90% dos óbitos foi ignorada a relação com trabalho. CONCLUSÃO: Em vista dos resultados obtidos no presente estudo, percebe-se a necessidade de políticas socioeducativas no sentido de reduzir a vulnerabilidade das populações de elevado risco, bem como agir na prevenção das principais causas externas de óbitos, objetivando, assim, a redução dos índices de mortalidade por trauma na população adulta da Bahia.