Perfil das internações por covid-19 no estado da bahia

Abstract

Introdução: A COVID-19, doença decretada como Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) em 2020, é causada pelo vírus SARS-CoV-2, que possui alta taxa de transmissibilidade e de infecção, o que contribuiu para instauração da pandemia. Objetivo: Avaliar o perfil das internações por COVID-19 na Bahia, nos anos de 2020 e 2021. Métodos: estudo observacional descritivo e analítico com dados agregados e secundários do Sistema de Informações Hospitalares (SIH). A população do estudo correspondeu aos residentes na Bahia que necessitaram de internamento por COVID-19 na rede própria e contratada pelo SUS. As variáveis utilizadas: ano de internação, sexo, raça/cor, faixa etária, critério de confirmação do caso, evolução, núcleo regional de saúde de residência, Raio X de tórax, uso de suporte ventilatório, RT-PCR, sinais e sintomas, comorbidades, puérpera, gestante e semana epidemiológica. Resultados: Foram registrados no período 66.813 internamentos por COVID-19 na Bahia, 56% eram sexo masculino. Os internamentos foram mais frequentes no Núcleo Regional de Saúde Leste, com 50,4% dos casos, tendo predomínio em indivíduos pardos (53,2%), na faixa etária entre 40-59 anos (36,1%) e 60-79 anos (34,1%). Daqueles que apresentaram raio x de tórax com alteração, 10,1% foi infiltrado intersticial, a maioria dos internados fez uso de suporte ventilatório não invasivo (46,7) e obteve resultado do RT-PCR positivo. Os sinais e sintomas foram mais frequentes no sexo masculino, sendo a febre (59,5%) e a tosse (59,5%) os mais relatados por esse grupo. O sexo masculino obteve maior prevalência de comorbidades, com exceção da asma que foi relatada por 54% das mulheres e a imunodeficiência que foi semelhante entre os sexos. A letalidade foi de 32% dos pacientes internados, com maior volume de internações na 20ª semana, com 2.794 internações. Conclusão: O estudo demonstrou maior proporção de internações no sexo masculino, raça/cor parda e faixa etária de 40-59 anos, sendo as comorbidades e sinais e sintomas mais frequentes entre os homens. Assim, torna-se necessário a continuação dos cuidados e adoção de medidas que visem conscientizar a população acerca da vacinação e de outras medidas para conter a disseminação viral e evitar internações e óbitos.