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Título: Frequência da mudança de desfecho primário em ensaios clínicos de eficácia no campo da cardiologia.
Autor(es): Silva, Josadaque de Jesus
Palavras-chave: Desfecho primário
Frequência
Análise exploratória
Data do documento: 2022
Resumo: Introdução: No processo de criação de um protocolo designa-se o desfecho primário, o principal resultado do estudo, com intuito de testar a hipótese principal. Nas revistas cardiológicas de alto impacto, a modificação do desfecho primário pode comprometer a integridade científica caso não seja devidamente avaliada. Objetivos: Descrever a frequência de alterações no desfecho primário em ensaios clínicos de eficácia no campo da cardiologia, a frequência da mudança de desfecho primário pré-definidas e os fatores predisponentes. Métodos: Foram incluídos apenas ensaios clínicos randomizados (ECR) relacionados a temas cardiológicos, que foram publicados entre os anos de 2019 e 2020, em cinco revistas de alto impacto de medicina geral e de cardiologia, sendo elas: New England Journal of Medicine (NEJM), Journal of the American Association (JAMA), Circulation, Journal of the American College of Cardiology (JACC) and European Heart Journal (EHJ). Definido como mudança de desfecho primário, alterações no artigo do estudo e modificações desde o início até o final do estudo no registro do Clinical Trials em publicações prévias. Como preditores da mudança de desfecho primário, foram avaliados 6 domínios: financiamento da indústria, estudo multicêntrico, tipo de análise, alcance da amostra planejada, positividade do estudo em relação ao desfecho primário e grau de inovação do estudo. Inicialmente, foi realizada uma análise univariada com os possíveis preditores de mudança de desfecho primário. Dessa forma, foi utilizado o teste do Qui Quadrado para variáveis categóricas e o teste paramétrico T de Student para variáveis numéricas. Posteriormente, essas variáveis foram submetidas à análise multivariada, através do método de regressão logística, para predição de mudança de desfecho primário. Resultados: Do total de 231 estudos, em 14 (6,0%) não se conseguiu definir se houve mudança do desfecho primário devido à ausênciade dados disponíveis. Dos 217 restantes, 50 (22% IC 95% 17-28) apresentaram mudança de desfecho primário. Dentre os artigos com mudança de desfecho primário, 88% não tiveram a mudança de desfecho pré-determinado, 75% tiveram a mudança de desfecho relacionada à análise interina, sendo 72% durante a coleta e 8% depois da coleta. Em uma análise exploratória, 37 (76%) desses estudos foram estudos de superioridade, 16 (32%) foram conduzidos pela indústria, 42 (96%) foram multicêntricos, 7 (15%) foram inovadores, 34 (71%) foram positivos para o desfecho primário e 32 (68%) atingiram o cálculo do tamanho da amostra. No entanto, nenhum desses preditores apresentou associação estatística na análise univariada e multivariada em relação à mudança no desfecho primário. Conclusão: De acordo com uma amostra intencional de cinco grandes revistas, mudanças no desfecho primário em ensaios clínicos de eficácia no campo da cardiologia são frequentes, geralmente não pré-definidos e desencadeados por análise interina.
URI: https://repositorio.bahiana.edu.br:8443/jspui/handle/bahiana/7129
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