O silêncio da branquitude o olhar de privilégio de estudantes de medicina autodeclarados brancos sobre a saúde da população negra

Abstract

Este trabalho teve como objetivo principal compreender a percepção de estudantes autodeclarados brancos do curso de Medicina, em uma faculdade privada de Salvador (BA), acerca das práticas de cuidado em saúde ofertadas à população negra. Para isso, foi realizada uma pesquisa com abordagem qualitativa, através de entrevistas semi-estruturadas com estudantes de medicina autodeclarados brancos. Portanto, a partir dessa metodologia, foi possível identificar o conhecimento desses estudantes autodeclarados brancos sobre a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, além de descrever a compreensão desse grupo acerca do racismo como um determinante social de saúde, e ainda avaliar a presença de práticas antirracistas no processo formativo desses integrantes. Dessa maneira, os resultados foram organizados em quatro categorias temáticas: Experiências em torno da saúde da população negra na faculdade; Preenchimento do critério raça/cor durante atendimentos; Alternativas para redução de desigualdades raciais no acesso à saúde e Conhecimentos sobre a identificação com a cor branca. Assim, foi possível discutir sobre a raça e o racismo no contexto brasileiro, explorando as noções acerca da branquitude e confirmando a forte relação existente entre a raça e a saúde.