Conhecimento das estudantes de medicina sobre planejamento reprodutivo tardio e suas implicações

Abstract

A tendência à postergação de um planejamento familiar propicia o surgimento de dilemas sociais e desafios que decorrem da necessidade de adquirir estabilidade financeira e profissional na vida que precede a gestação. O presente estudo transversal e descritivo objetivou investigar o conhecimento das estudantes de Medicina da região metropolitana de Salvador a respeito dos possíveis desafios reprodutivos frente a um planejamento reprodutivo tardio. A amostra de conveniência composta por 216 pessoas com idade entre 18 e 40 anos foi avaliada através da aplicação de um questionário no Google Forms contendo 12 perguntas iniciais sobre o perfil das estudantes, e 9 perguntas sobre o conhecimento do tema dissertado. Indagações sociodemográficas (estado civil, idade, idade que pretende ter filhos; o primeiro ou o próximo; e idade que irá se formar), a respeito do interesse sobre residências futuras e sua duração aproximada, questionamento sobre a feitura de exame para investigação da fertilidade e uso de métodos contraceptivos também foram abordadas. A maioria das participantes era solteira (95,83%), sem filhos (98,61%), usuárias de métodos contraceptivos (72,69%) e com pretensão de ter filhos no futuro (85,65%). Estudantes do 7º semestre do curso (26%), com pretensão de fazer residência (95,4%) de maioria com duração de 3 anos (45,9%) foram as mais predominantes. Com relação ao tipo de método contraceptivo utilizado, o anticoncepcional oral se sobressaiu (57,3%), e pode-se observar que 98,6% das participantes nunca realizaram exames para investigação da fertilidade e reserva ovariana. Na segunda etapa do questionário, as participantes demonstraram, de forma geral, expertise sobre o tema proposto; das 9 perguntas realizadas, 8 foram majoritariamente respondidas de forma correta. Em contrapartida, apesar de toda a gama de aprendizado das participantes, a sabedoria pareceu não ser suficiente para convencê-las de um planejamento reprodutivo antes de uma estabilidade de vida seja financeira ou profissional, acarretando possivelmente em desafios de ordem reprodutiva devido a faixa etária que pretenderão engravidar; corroborando com as hipóteses levantadas pelas literaturas utilizadas como alicerce.