Caracterização dos tipos de parto em hospitais públicos do nordeste do brasil, no período de 2010 a 2020

Abstract

INTRODUÇÃO: No Brasil, o padrão do “nascer” tem sofrido diversas modificações ao longo dos últimos anos. A cultura das cesarianas vem ganhando espaço, o que explica o elevado índice dessa via de parto atualmente, superando a taxa de 15%, como recomendado pela Organização Mundial de Saúde. O Nordeste, apesar de ser uma das regiões do Brasil que apresenta a maior proporção de partos vaginais, apresentou um aumento importante do índice de cesarianas na última década. Portanto, é essencial a análise das proporções das vias de parto no Nordeste, com o intuito de verificar o panorama da região e avaliar as ações que devem ser implementadas para a melhoria deste cenário. OBJETIVO: Descrever as vias de parto mais frequentemente utilizadas em hospitais do SUS do Nordeste brasileiro, no período de 2010 a 2020. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo observacional, descritivo com abordagem quantitativa. O estudo foi realizado na região Nordeste do Brasil, no período de 2010 a 2020, utilizando-se dados do Sistemas de Informação de Nascidos Vivos (SINASC) disponíveis para acesso através do portal do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). A população do estudo foi composta por parturientes que residiam nos estados do Nordeste no período de estudo, que tiveram seus partos realizados em hospitais públicos e privados contratados ou conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS). RESULTADOS: Analisando a probabilidade de parir por tipo de parto na região Nordeste, observou-se que, o ano de 2010 foi o que apresentou a maior probabilidade de ter um parto vaginal (555,22 partos/1.000 NV) e a menor de ter um parto cesáreo (442,71 partos/1.000 NV). Além disso, nos anos de 2013 e 2016, a chance de uma mulher ter parto vaginal e de ter um parto cesáreo foram muito próximas. Ademais, o ano de 2020 foi o que apresentou a maior probabilidade de ter um parto cesáreo, sendo esta de 532,35 partos por 1.000 nascidos vivos. CONCLUSÃO: Na região Nordeste, a maior probabilidade de parir através do parto vaginal foi observada no ano de 2010, sendo que, no ano de 2020, a chance de parir por parto cesáreo não só superou a de parir por parto vaginal, como foi o ano que apresentou a maior probabilidade de parir através de parto cesáreo em relação a todos os outros anos da série temporal analisada nesse estudo.