Análise nacional e regional dos custos associados a internações por doenças cardiovasculares de 2016 a 2022

Abstract

Introdução: As doenças cardiovasculares (DCV) são representadas por uma gama de doenças que podem acometer o coração e os vasos sanguíneos, sendo as maiores responsáveis pelo desfecho morte no Brasil desde a década de 60. Dados revelam que entre 2010 e 2015 cerca de 17,94% do que foi destinado à saúde foi concentrado para lidar com as DCV, o que demonstra que ainda hoje grande proporção dos gastos com saúde no Brasil são concentrados para o tratamento desse grupo de doenças. Objetivos: Sistematizar os dados dos custos nacionais e regionais das internações relacionadas as doenças cardiovasculares no Brasil de 2016 a 2022, analisando a taxa de internação e o valor médio por internação nas 5 regiões do país. Metodologia: Trata-se de um estudo ecológico, que faz uma série histórica entre 2016 e 2022 a partir de dados secundários de internação e dos custos associados. As estatísticas de interesse foram colhidas a partir do Sistema de Internação Hospitalar (SIH/SUS) do DATASUS e a taxa de internação foi calculada a partir das estimativas populacionais anuais de cada região fornecidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Resultados: Foi observado um maior volume de internações e custos associados nas regiões Sudeste e Nordeste por estas serem as de maior concentração populacional, entretanto, na avaliação da taxa de internação a região Sul apareceu com o maior número de internações e maior valor médio por internação. Em 2020, no início da pandemia, houve uma queda considerável no número de internações em todas as cinco regiões do país, uma tendência que aconteceu com diversas outras doenças e em diversos países em decorrência do cenário de inseguranças e incertezas durante a pandemia. Conclusão: A análise do número de internações e dos custos associados em cada região do país pode ser uma importante ferramenta diagnóstica e prognóstica sobre o funcionamento do sistema de saúde no Brasil. Atualmente, as regiões Sul e Sudeste apresentam os maiores fardos por DCV, sendo as taxas de internação de acordo com a população e os custos médios por internação marcadamente mais elevados na região Sul.