O uso da cannabis na analgesia da dor crônica uma revisão sistemática

Abstract

Segundo a Organização Mundial de saúde (OMS) cerca de 30% da população mundial apresenta dor crônica. Um Estudo epidemiológico inédito realizado em 2015 pela Sociedade Brasileira de Estudo da Dor (SBED), constatou que 42% dos participantes relataram algum tipo de dor e 37% disseram conviver com dor há pelo menos seis meses. O uso medicinal da Cannabis está presente em cerca de 50 nações ao redor do mundo. No Brasil, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) autorizou o uso terapêutico de Canabidiol em janeiro de 2015, desde então, para além de 800 médicos brasileiros já prescreveram a medicação, e mais de 78 mil unidades de produtos à base da planta foram importados pelo país. Este estudo teve como objetivo reunir e sumarizar evidências a respeito da eficácia do uso da Cannabis como método analgésico para a dor crônica. Foram consultadas as seguintes plataformas eletrônicas: PubMed, Scielo, Embase, Cochrane Library, Web of Science, Medline. Foram identificados 135 estudos e selecionados 6 após serem avaliados os critérios de inclusão e exclusão. Por fim, após avaliação da qualidade metodológica dos artigos pelos checklist Strobe e Consort foram incluídos 4 estudos nessa revisão. Dos estudos selecionados a maior parte eram de ensaios clínicos randomizados e apenas um estudo foi retrospectivo. Os participantes dos estudos apresentaram idade superior a 18 anos, de ambos os gêneros. Os resultados dos artigos revisados indicam que o uso da Cannabis como método analgésico é consideravelmente eficaz, e alguns ainda destacaram a melhora da qualidade de vida, além de ser uma excelente alternativa em relação aos opioides. Portanto, trata-se de uma terapia analgésica promissora para pessoas que sofrem com dores crônicas.