Perfil sociodemográfico e clínico de mulheres adultas usuárias de dispositivo intrauterino de cobre em ambulatório de planejamento familiar de Salvador, Bahia, de 2016 - 2021

Abstract

Introdução: a gravidez indesejada incentiva a prática do aborto inseguro no Brasil. Este tem como consequência o aumento do número de admissões hospitalares, além de danos à saúde da mulher. Devido às suas características, o DIU de Cobre (Cu-DIU) tem se mostrado promissor como método contraceptivo, inclusive, entre as mulheres adultas. Objetivos: caracterizar o perfil sociodemográfico e clínico de mulheres adultas submetidas à inserção do Cu-DIU em ambulatório de planejamento familiar em Salvador, Bahia no período de 2016 a 2021. Metodologia: foi realizado um estudo observacional longitudinal com coleta de dados secundários, obtidos no Serviço de Ginecologia que atende pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), em ambulatório de planejamento familiar docente assistencial de uma Escola Médica em Salvador, Bahia. O projeto maior, do qual essa pesquisa faz parte, foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP). Resultados: foram identificadas 103 pacientes que inseriram Cu-DIU. Entre 2016 e 2020, a média foi de 6,8+0,45 pacientes e em 2021 foram 28 (45,2%). A faixa etária de 26-35 anos foi a que mais utilizou o método (61,29%). A maioria das pacientes tinha apenas um filho (48,9%) e relacionava-se com um único parceiro (66,13%). Quanto às comorbidades, a mais prevalente foi a obesidade, com quase um terço das mulheres. A maior prevalência de contraceptivo, antes do Cu-DIU, é a do anticoncepcional oral (27,4%). Após a inserção do dispositivo 37,5% das pacientes não relataram queixa de dismenorreia. Conclusões: O presente estudo demonstrou que as adultas em idade mais avançada, nulíparas e com comorbidades crônicas devem ser alvo de políticas de conscientização sobre os benefícios desse método. Além disso, deve ser explicado de forma eficaz seus efeitos colaterais, ressaltando que tendem a regredir com o tempo, bem como a segurança de utilização por pacientes portadoras de diversas doenças. Dessa forma, será possível reduzir os casos de gravidez indesejada e garantir que o direito sexual reprodutivo de todas as mulheres seja cumprido.