Avaliação do conhecimento de pediatras sobre o aleitamento materno

Abstract

INTRODUÇÃO: O aleitamento materno (AM) é fundamental para o desenvolvimento adequado do recém-nascido (RN) nos primeiros meses de vida, sendo recomendado de modo exclusivo até os seis meses de idade. Além de ser uma fonte nutrientes essencial, o AM também fortalece o vínculo entre mãe e bebê. Assim, é importante que os pediatras adotem medidas de proteção e promoção do aleitamento materno, incluindo o diagnóstico e manejo de problemas relacionados à amamentação, além de fornecer informações claras às mães no pós-parto. OBJETIVO: Analisar o conhecimento de pediatras em prática clínica e/ou hospitalar sobre aleitamento materno. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo observacional descritivo com 132 pediatras associados à Sociedade Baiana de Pediatria (SOBAPE) em Salvador, Bahia. Os dados foram coletados entre setembro e novembro de 2022, por meio de questionário pelo Microsoft Forms, enviado por e-mail. As perguntas abordaram dados sociodemográficos, tempo de formação e atuação, prática médica e técnicas utilizadas para manejar pacientes com dificuldade de amamentar, além de analisar a qualidade da formação recebida em aleitamento materno pelos profissionais. Os dados foram analisados no software Statistical Package for the Social Sciences 25.0. RESULTADOS: A maioria dos pediatras do estudo era do sexo feminino (78,03%) com idade média de aproximadamente 52 anos,. A formação em aleitamento materno foi considerada insuficiente pela maioria com 59,8% afirmando não terem recebido curso sobre o assunto durante sua formação, e apenas 17% considerando satisfatória a qualidade do curso que fizeram. Apenas 10,5% dos pediatras indicaram a graduação como principal fonte de conhecimento sobre aleitamento materno. Em relação ao uso de fórmulas infantis, houve um acerto de aproximadamente 65,9% nas questões relacionadas ao tema, com destaque para o conhecimento de que a alimentação à base de fórmula infantil está associada a um maior risco de morbimortalidade e deve ser usada como última alternativa, com um acerto de 90,9%. Não foi encontrada diferença entre o tempo de atuação em Pediatria e o conhecimento relacionado ao Aleitamento Materno (p = 0,694); entretanto, foi observada diferença, estatisticamente significante, entre ter feito curso e ter conhecimento em problemas com lactação (p = 0,00). Além disso, houve uma diferença estatisticamente significante entre os profissionais que fizeram curso comparados com os que não fizeram, no que se referia a "sentir-se pronto para diagnosticar problemas em AM (p= 0,045). CONCLUSÃO: O conhecimento sobre aleitamento materno foi deficiente na formação médica. Apesar do conhecimento sobre os malefícios das fórmulas infantis, seu uso ainda é comum em maternidades. É importante enfatizar a importância da formação adequada em aleitamento materno para os profissionais de saúde, visando promover e apoiar como a melhor opção para recém-nascidos. A experiência em Pediatria não foi associada a maior conhecimento sobre aleitamento materno, mas aqueles que fizeram cursos tiveram mais êxito em questões relacionadas à amamentação.