Perfil epidemiológico das internações por transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de álcool em jovens brasileiros de 2010 a 2020

Abstract

O álcool é uma droga bastante consumida no mundo, especialmente por adolescentes e jovens adultos. A idade média para início do consumo é 15 anos, e a maior utilização é entre 18 e 22 anos, o que é preocupante, já que o álcool é prejudicial para o desenvolvimento neuropsicomotor nessa faixa etária. A dependência do álcool é um problema sério, que causa forte desejo e falta de autocontrole para beber. O Beber Pesado Episódico é uma prática comum entre jovens, que consiste em beber 5 ou mais doses em um mesmo dia. Os riscos do consumo de álcool são físicos e psicológicos, e medidas preventivas devem ser tomadas, como disseminação de informações em escolas e faculdades e melhoria do tratamento relacionado às internações por transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de álcool. Um estudo epidemiológico do tipo ecológico de série temporal com comparações espaciais entre as regiões do país no período de 2001 a 2020 foi realizado para analisar a tendência das internações hospitalares por uso abusivo de álcool entre jovens brasileiros. O Brasil é o 6º país mais populoso do mundo e é dividido em 5 regiões. Houve uma redução de 60% nas internações por transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de álcool em jovens de 15 a 29 anos no Brasil desde o início da série histórica. Todas as regiões apresentaram uma tendência de redução na proporção de internações por transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de álcool em jovens brasileiros entre 2010 e 2020, sendo que a região Sul apresentou a maior proporção de internações em 2010, mas teve uma queda significativa de 62,3%. A região Norte apresentou a menor proporção e manteve-se estável nesse período, com uma discreta redução. É notório que o coeficiente de internações é menor na faixa etária de 15 a 19 anos e maior no intervalo de 25 a 29 anos. Pode-se notar uma tendência de queda no número de internações de jovens brasileiros por transtornos mentais e comportamentais relacionados ao uso de álcool, tanto para o sexo masculino quanto para o feminino, entre 2010 e 2020. Embora o coeficiente de morbidade ainda seja significativamente maior para o sexo masculino, essa tendência pode ser atribuída a fatores como a reforma da assistência psiquiátrica, maior reinserção dos pacientes por meio de serviços extra-hospitalares e conscientização da população sobre os danos do excesso de álcool. Contudo, ainda é necessário implementar mais políticas públicas de incentivo à redução do consumo de álcool no país. Por fim, recomenda-se que sejam realizados mais estudos considerando outras variáveis para explicar essa tendência de queda nas internações de jovens por transtornos mentais e comportamentais relacionados ao uso de álcool no Brasil.