Ensino a distância na pandemia impactos na educação médica

Abstract

Introdução: Com a pandemia da Covid-19, o Ensino a Distância (EaD) ganhou ainda mais importância em todo o mundo e as instituições de ensino tiveram que se adaptar ao modelo educacional. Em meio ao novo cenário, o ensino virtual revelou prejuízos e benefícios ao processo pedagógico e elucidou práticas que podem permanecer no período pós-pandemia. Contudo, ainda existe uma lacuna na literatura em relação a visão dos alunos de medicina a respeito dos impactos dessa modalidade de ensino na educação médica, o que justifica este estudo. Objetivo: O objetivo geral é descrever a percepção dos estudantes de medicina da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP) acerca dos impactos do ensino remoto na educação médica. Metodologia: trata-se de um estudo do tipo observacional descritivo de corte transversal, utilizando dados primários através da aplicação de questionários online (Google Forms®) individuais. A amostra foi composta por 235 alunos que cursaram entre o 1º ao 8º período do 2º semestre de 2021. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) e aprovado através do parecer 5.708.714. A análise dos dados foi feita através do próprio Excel, utilizando para apresentação descritiva dos dados, tabelas com números absolutos (n) e frequência relativa (%) para as variáveis, as quais são todas categóricas. Resultados: quanto ao perfil dos participantes, 162 (68,9%) são procedentes de Salvador, 219 (93,2%) tem um ambiente próprio para o estudo, 235 (100%) dos participantes tem acesso regular a internet e a equipamentos eletrônicos para assistir as aulas. Quanto aos prejuízos do EaD, 179 (76,2%) estudantes responderam que tiveram muita dificuldade para se concentrar nos estudos, 203 (86,4%) responderam que o EaD diminuiu muito a interação entre alunos e professores, 154 (65,5%) apontaram muita dificuldade por parte dos professores em utilizar as tecnologias e 134 (57%) apontaram que o EaD piorou muito seu rendimento acadêmico. Entre os benefícios, 123 (52,3%) responderam que os gastos durante a pandemia diminuíram um pouco com o EaD e 169 (71,9%) responderam que com o EaD tiveram mais tempo livre para estudar. Entre os recursos que devem permanecer, 229 (97,4%) acreditam que a biblioteca virtual deve permanecer, 225 (95,75%) acreditam que as videoaulas gravadas devem permanecer e 191 (81,3%) acreditam que as plataformas de videoconferência devem permanecer. Conclusão: O ensino remoto impactou diretamente na educação médica, mas também deixou legados digitais importantes que podem acrescentar pedagogicamente à modalidade presencial de ensino.