Análise da morbimortalidade de pacientes grandes queimados submetidos a transplante de pele: uma revisão sistemática

Abstract

Introdução: A terapia com enxerto de pele tornou-se um tratamento eficaz para pacientes grandes queimados. Com isso, diferentes técnicas e tipos de pele para transplante foram sendo desenvolvidos através dos anos, com o objetivo de reduzir a morbimortalidade desses pacientes. O aloenxerto concretizou-se como uma das principais técnicas disponíveis no cenário atual quando o autoenxerto não for possível de ser realizado. Contudo, a literatura se mantém discrepantes quanto aos benefícios do uso do aloenxerto. Objetivo: Avaliar a morbimortalidade de pacientes grandes queimados submetidos a transplante de pele com aloenxertos. Metodologia: Revisão Sistemática sem metanálise. Os estudos foram recolhidos nas bases de dados “PubMed”, “SciELO”, “Lilacs”, “Web of Science” e “Embase”, com a última pesquisa sendo realizada em outubro de 2022. Os termos descritores utilizados na busca foram “Queimadura”, “Aloenxerto”, “Mortalidade” e “Transplante de pele” sugeridos pelo “DeCS” e os descritores “Burns”, “Allografts”, “Mortality” e “Skin Transplant” gerados pelo “MeSH”. Os critérios de inclusão foram estudos observacionais, tipo coortes e caso controle, escritos em inglês ou português, publicados entre janeiro de 2011 e maio de 2022, realizado em humanos grandes queimados, acima de 18 anos e que incluíram pacientes submetidos ao tratamento com aloenxerto, cujo texto estava disponível em fontes indexadas. Estudos na modalidade de revisões, série de casos, ensaios clínicos e opiniões de especialistas foram excluídos. O risco de viés foi analisado pela escala Newcastle-Ottawa. O processo de seleção dos artigos foi apresentado na forma de fluxograma. Os resultados extraídos foram apresentados de forma descritiva, utilizando de números percentuais, números absolutos, médias e desvio padrão no formato de tabelas em consonância com a avaliação realizada no artigo selecionado. Resultados: Um total de 4 artigos foram inclusos nesse estudo. Em três dos quatro artigos selecionados a mortalidade foi maior com o uso do aloenxerto quando comparado aos outros procedimentos. A maior parte dos participantes eram homens, com poucas comorbidades, em condições mais graves na internação, seguindo os critérios avaliados nesse estudo, e passaram maior período em internamento. Conclusão: Não houve diferenças significativas entre o aloenxerto e os outros tipos de tratamento utilizados nos pacientes grandes queimados no que tange a morbimortalidade. São necessários novos estudos para validar o uso do aloenxerto.