Uso de canabinóides no tratamento das demências

Abstract

Introdução: À medida que a população mundial envelhece e a expectativa de vida aumenta, muitos indivíduos enfrentam um risco aumentado de desenvolver demência. A forma mais proeminente de demência é a doença de Alzheimer (DA), que se prevê afetar um em cada 85 indivíduos em todo o mundo até o ano de 2050. É necessário, portanto, explorar novos caminhos terapêuticos já que as intervenções farmacológicas atuais não revertem a progressão da DA e são acompanhadas por efeitos colaterais. Objetivo: Avaliar o uso de canabinóides na melhora dos sintomas durante o tratamento da demência. Métodos: Foram reunidos estudos de intervenção com canabinóides em português e em inglês, publicados entre 2010 e 2020, realizados com seres humanos ou animais, que analisaram o manejo da demência e potenciais benefícios nos sintomas da doença.Foram utilizadas como bases para busca de dados eletrônicos; PubMed, Medline, Scielo e Lilacs. Resultados: Encontrados 392 estudos, dos quais quatro foram incluídos. Nos ensaios clínicos com roedores todos apresentaram reversão do déficit de reconhecimento social, em um ensaio os camundongos apresentaram a reversão do défcit de reconhecimento de objetos e os três estudos demonstraram ausência de déficit de memória associada ao medo. Quanto ao estudo realizado com pacientes, os mesmos apresentaram redução na agitação, melhora cognitiva e benefícios no estado nutricional. Conclusão: O uso de canabinóides no tratamento das demências como a DA mostra-se eficiente no sentido de melhorar sintomas da doença, prevenir o desenvolvimento de déficits e reverter danos cognitivos já instalados, graças aos seus efeitos neuroprotetores, antioxidantes e anti-inflamatórios.