Dinâmica de distribuição da rede de diagnóstico e tratamento do câncer de mama em municípios da Bahia: o que mudou nos últimos anos?

Abstract

INTRODUÇÃO: O câncer de mama afeta milhares de mulheres na Bahia e necessita de uma rede integrada de atenção oncológica. Em virtude disso, foi realizado o “Plano estadual de atenção ao câncer (2016-2023)” pelo governo do estado e secretaria da saúde, que apontou entraves existentes nessa área, bem como traçou metas de melhorias. Assim, torna-se necessário avaliar os marcadores de mamografia, diagnóstico e tratamento após implementação do Plano, visando analisar resultados preliminares, para que estratégias sejam traçadas ou reavaliadas. OBJETIVOS: Analisar o cenário de realização de mamografias, diagnóstico e tratamento de câncer de mama, no período de 2017 à 2021, nos municípios baianos com mais de 100 mil habitantes, após a implantação do “Plano estadual de atenção ao câncer (2016-2023)” e elucidar possíveis resultados preliminares desse documento. MÉTODOS: Estudo transversal, de base epidemiológica, retrospectivo e analítico-descritivo, com dados secundários do Painel Oncológico do DATASUS, Tabnet, alimentado pelo SISCAN. A população selecionada foram pacientes do sexo feminino, acima de 20 anos, com câncer de mama (para a análise diagnóstico e tratamento), residentes de municípios baianos com mais de 100 mil habitantes. Como variáveis, foram utilizadas o sexo feminino, faixa etária, número de mamografias e ano da realização, município de residência das pacientes, município e ano do diagnóstico, município e ano do tratamento. RESULTADOS: O aumento do número de mamografias foi perceptível, mesmo com o impacto negativo em 2020. Em alguns municípios, esse marcador cresceu mais de 200% se comparado aos anos anteriores ao Plano estadual. Diagnóstico e tratamento se comportaram de forma heterogênea nos municípios, com destaque para os anos de 2018 e 2019, que demonstraram mudanças numéricas expressivas em alguns dos municípios da análise. CONCLUSÃO: O câncer de mama é um grave problema na Bahia e necessita de melhorias para que exista o acesso adequado ao diagnóstico e tratamento. Fica evidente que ainda existe concentração regional de serviços, bem como falha no lançamento de dados epidemiológicos importantes. O Plano estadual, contudo, atuou como impulso para mudanças positivas e essenciais.