Prevalência de sintomas de ansiedade e depressão em estudantes de medicina

Abstract

Introdução: A vida no contexto universitário traz consigo alguns impactos na vida dos estudantes. Entre eles, tem-se a sobrecarga diante da quantidade de horas de estudo, muitas vezes excessiva; a ansiedade, diante do mundo novo em que se está inserido; cobrança, da família, da sociedade e do próprio estudante; tudo isso pode levar a quadros de depressão, pela somatização de fatores que impactam na saúde mental dos universitários. Objetivo: Estimar a prevalência de sintomas de ansiedade e depressão em uma amostra de estudantes de medicina. Método: O estudo tem caráter observacional analítico, de corte transversal. Esse estudo foi construído a partir da análise de dados primários do estudo original intitulado “PREVALÊNCIA DE DISTÚRBIOS GASTROINTESTINAIS EM ACADÊMICOS DE MEDICINA EM SALVADOR, BAHIA”. O questionário foi desenvolvido no google forms e avaliou através de 39 questões objetivas o perfil dos estudantes, presença de sintomas de ansiedade e depressão, hábitos de vida e outras informações. A população alvo foi composta por todos os alunos do curso de medicina de uma faculdade privada que estavam cursando do primeiro ao decimo segundo semestre, regularmente matriculados, no período de 2021.1. As variáveis foram descritas em valores absolutos e frequências relativas. Foi calculada a prevalência de sintomas de ansiedade e depressão na amostra estudada e a Razão de Prevalência para a comparação dos grupos (expostos e não expostos) em uma análise univariada. O projeto de pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética da EBMSP e aprovado através do Parecer 4.719.682. Resultados: No total, 179 alunos fizeram parte do estudo. A maioria era do sexo feminino (67,4%) com idade média de 22,89 ± 3,416. Cursar o 7-12 semestre foi um possível fator de proteção para sintomas de ansiedade (RP=4,46, IC 2.139-9.198). Em relação aos sintomas de depressão, o consumo de bebidas alcoólicas (RP=0,472, IC 0,242-0,927) e cursar 7-12 semestre (RP=0,419, IC 0,216-0,813) foram possíveis fatores de proteção. Conclusão: A prevalência de sintomas de ansiedade e depressão nos estudantes de medicina da amostra foi elevada o que sinaliza para os gestores das universidades a necessidade de buscar intervir nas causas desses distúrbios além de ser necessário enfrentar a questão, a fim de que os alunos possam ter uma formação com mais qualidade e menos adoecimento.