Tratamento do queloide com feixe de elétrons pós exérese cirúrgica: uma revisão sistemática

Abstract

INTRODUÇÃO: O queloide é um distúrbio causado pela lesão da derme reticular e pelo aumento dos fatores pró-inflamatórios, formação de novos vasos, aumento do número de fibroblastos e produção exacerbada de colágeno eosinofílico. Os queloides possuem características elevadas, brilhantes e não respeitam os limites originais da lesão inicial. Verifica-se uma maior prevalência no sexo feminino e em pessoas de origem asiática. Há inúmeras terapias descritas na literatura, entretanto, nenhuma delas mostrou-se mais eficaz para a cura e o controle do queloide. OBJETIVO: Analisar o uso da radioterapia pós-operatória com feixe de elétrons no tratamento do queloide. METODOLOGIA: Foi realizada uma busca sistemática da literatura através das bases de dados PUBMED, EMBASE, SCIELO e CENTRAL, além da busca manual. Os artigos selecionados foram avaliados metodologicamente através das ferramentas RoB 2 e NOS e os dados foram utilizados para uma análise qualitativa. RESULTADOS: Doze estudos foram selecionados para esta revisão, com um total de 1.128 pacientes com queloides. O esquema terapêutico mais utilizado foi 18Gy/2 frações com intervalo de 1 semana entre as aplicações, sendo iniciado o uso da radiação no pós operatório imediato ou em até 72 horas da cirurgia. Os locais de maior incidência foram a orelha (407 casos), tórax (299 casos) e abdômen (154 casos), com variação da taxa de recidiva entre 8,7% e 47,6%. Verificou-se que a hiperpigmentação da área tratada e a presença de telangiectasias foram os efeitos colaterais mais comuns, não sendo observado efeitos a exposição de longo prazo. CONCLUSÃO: Os estudos indicam que a associação cirúrgica e radioterapia com feixe de elétrons no pós-operatório pode ser uma modalidade segura para o tratamento de queloides.