Avaliação da migração de células dendríticas infectadas por leishmania em ambiente bidimensional

Abstract

Introdução: Leishmania é um parasito intracelular capaz de causar lesão na pele, mucosa e órgãos internos. A disseminação e homing de células infectadas contendo antígenos de Leishmania são fundamentais para a sobrevivência do parasito no hospedeiro e para o estabelecimento da lesão. Em trabalho publicado anteriormente por Menezes e colaboradores em 2016, utilizando macrófagos murinos, foi mostrado uma redução da motilidade e migração de macrófagos infectados por Leishmania em ambiente bidimensional, associada à redução da expressão de proteínas envolvidas em formação de complexos de adesão, assim como sua fosforilação. As autoras mostraram ainda um aumento da polimerização de filamentos de actina nessas células. Entretanto, pouco se conhece sobre a migração de células dendríticas infectadas por Leishmania e os mecanismos envolvidos nesse processo. Objetivo: Avaliar a migração de células dendríticas infectadas por diferentes espécies de Leishmania em contexto bidimensional. Metodologia: Foram avaliadas a migração celular, expressão de proteínas do complexo de adesão, polimerização da actina e expressão do CCR7. Resultados: Houve um aumento na taxa de células migrantes, uma maior expressão de FAK e paxilina fosforilada, direcionamento dos feixes de actina polimerizada para a borda celular e aumento da expressão de CCR7 nos grupos infectados por L. infantum. Conclusão: Observou-se que a infecção por L. infantum leva a um aumento na migração de células dendríticas, sugerindo uma associação destas células com o processo de visceralização da doença.