Morbimortalidade em gestantes e puérperas atendidas por doenças hipertensivas na cidade de Salvador – Bahia no período de 2011 a 2020

Abstract

Introdução: As doenças hipertensivas da gestação são quatro: a hipertensão arterial crônica preexistente, a pré-eclâmpsia/eclampsia, a hipertensão arterial crônica com pré-eclâmpsia sobreposta e a hipertensão gestacional. Esse grupo de patologias é a maior causa de morte materna e perinatal no mundo, além de uma causa expressiva de morbidade e incapacidade a longo prazo desses indivíduos. Grande parte dessas mortes poderiam ser evitadas por uma assistência adequada à gestação, parto e puerpério. Objetivos: Avaliar morbimortalidade materna relacionada às doenças hipertensivas crônicas ou da gravidez em Salvador – Bahia, durante os anos de 2011 a 2020, bem como avaliar a tendência temporal das internações e óbitos hospitalares, descrever o perfil demográfico dessa população e avaliar os gastos hospitalares públicos relacionados a essas doenças. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo utilizando dados secundários do SIH – SUS. A população deste estudo compreendeu mulheres com diagnóstico de doenças hipertensivas no ciclo gravídico-puerperal, na cidade de Salvador – Bahia no período de 2011-2020 conforme registros do DATASUS. Os dados obtidos foram organizados no Microsoft Excel® 365, por meio do qual foi realizada a análise estatística descritiva. A normalidade das variáveis quantitativas foi avaliada pelo teste de normalidade de Shapiro-Wilk. Para verificação da tendência temporal, foi feita regressão linear simples. As diferenças foram consideradas estatisticamente significantes quando P < 0,05. Em consonância com a Resolução CNS 466/12, não se fez necessária a submissão deste projeto ao CEP. Resultados: Em Salvador – Bahia, no período de 2011 a 2020, foram registradas 19.506 internações e 28 óbitos hospitalares por esse grupo de doenças. As internações tiveram tendência crescente. Dessa amostra, pode-se ver uma predominância das faixas etárias de 25- 29 anos e 30-34 anos, sendo elas responsáveis por 22,08% e 23,89% das internações, respectivamente. Quanto a raça/cor da pele, 11.501 eram pardas. Foi visto que mulheres entre 45-49 anos tiveram internações mais prolongadas. A respeito dos gastos hospitalares, foi registrado um investimento total de R$10.691.190,60 voltados para o manejo desses casos, com um aumento nos últimos 2 anos do período estudado. Conclusão: As doenças hipertensivas da gestação permanecem com alta prevalência na população brasileira, com morbimortalidade expressiva apesar da existência de medidas efetivas de saúde para o seu controle. Desse modo, faz-se necessária a melhoria dessas políticas públicas de saúde de forma a evitar desfechos adversos, em especial as mortes maternas evitáveis.