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Título: Repercussões da pandemia de covid-19 no atendimento a pacientes com infarto agudo do miocárdio
Autor(es): Barreto Filho, Márcio Andrade
Palavras-chave: COVID-19
Infarto Agudo Miocárdio
Saúde pública
Cardiologia
Reperfusão
Data do documento: 2022
Resumo: INTRODUÇÃO: Publicações internacionais reportaram retardos na assistência ao infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST) decorrentes da pandemia pela COVID-19. Dentre os fatores relatados, estão o aumento no tempo de busca por atendimento (sintoma-admissão) e porta-balão (admissão até a angioplastia coronariana). Não se sabe, entretanto, se todas as redes de atenção ao IAMCSST sofreram os mesmos efeitos, pois diferentes estratégias podem ser adotadas localmente e, portanto, são necessárias informações a respeito das repercussões em nosso meio. OBJETIVO: Avaliar os efeitos da pandemia da COVID-19 na apresentação, manejo e desfecho de pacientes com IAMCSST na rede pública de saúde de Salvador. MÉTODOS: Trata-se de uma coorte ambispectiva, utilizando dados coletados por grupo de pesquisa vinculado à rede pública de atenção ao IAMCSST de Salvador. Foram comparados os dados dos pacientes atendidos no período imediato “pré-pandemia” (fevereiro de 2019 a janeiro de 2020) com período durante a “pandemia” (abril de 2020 a março de 2021) - grupos A e B respectivamente. Foram coletados de forma prospectiva dados relativos à apresentação inicial do paciente, estratégias de reperfusão, tempos de atendimento e desfechos clínicos (dias internados, complicações e óbito intrahospitalar). RESULTADO: Foram incluídos 987 pacientes, 475 no período pré-pandemia (Grupo A) e 515 no período durante (grupo B). Pacientes do grupo A, quando comparados ao Grupo B, apresentavam maior frequência de homens e obesos, sem diferença estatística nas demais comorbidades e perfil de gravidade na admissão (Killip ≥ 2 e GRACE médio/alto risco). Taxas de admissão por IAMCSST não foram alteradas na comparação antes e durante a pandemia (405 vs. 384, p=0,455). Não foi identificado retardo na busca por primeiro atendimento médico [115 minutos (50-255) vs. 115 minutos (54-250), P=0,789] e tempo até a realização da reperfusão mecânica [238 minutos (174-338) vs 219 minutos (166-315), p = 0,645]. O tipo de reperfusão utilizado foi diferente durante a pandemia com redução das angioplastias primárias em relação ao total de angioplastias [180/212 (84,9%) vs. 168/301 (55,8%)], porém com aumento no número de trombólises [180/475 (42,2%) vs. 252/515 (49,2%), P=0,031]. Foi encontrada uma redução no número de dias de internamento [6 (4-10) vs 5 (4-7), p=0,003], porém sem mudança na taxa de óbito intra-hospitalar [73 (17,1%) vs. 77 (17,0%), p=0,982]. Comparando os meses iniciais da pandemia (04/2020 – 07-2020), em relação aos meses subsequentes, os pacientes foram majoritariamente submetidos a trombólise como reperfusão primária (54% vs 46%, p<0,001) e apresentaram menor tempo sintoma-admissão. CONCLUSÃO: Diferente do reportado internacionalmente, o perfil do paciente com IAMCSST atendido pela rede pública de Salvador, tempos de apresentação e atendimento se mantiveram semelhantes antes e durante a pandemia de COVID-19. Houve priorização da trombólise no atendimento inicial e manutenção da taxa de mortalidade intra-hospitalar a despeito das dificuldades inerentes à pandemia.
URI: https://repositorio.bahiana.edu.br:8443/jspui/handle/bahiana/6828
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