Uso do cateter nasal de alto fluxo em pacientes com insuficiência respiratória aguda hipoxêmica: revisão sistemática

Abstract

INTRODUÇÂO: Diante do contexto de pandemia enfrentado, a prevalência do quadro de Insuficiência Respiratória aguda hipoxêmica aumentou significantemente no cenário hospitalar e nos leitos de UTI. O quadro clínico em estudo possui evolução crítica – intubação orotraqueal e mortalidade – portanto, para contornar essas consequências, o conhecimento do manejo da ventilação mecânica é imprescindível para sucesso do tratamento. Diante disso, a comunidade científica estudou o um dos suportes ventilatórios não invasivo como a cânula nasal de alto fluxo, que na prática médica evidenciou melhora expressiva na evolução do quadro clínico. OBJETIVO: Revisar as evidências da literatura sobre o uso da canula nasal de alto fluxo em pacientes com insuficiência respiratória aguda hipoxêmica quanto ao desfecho intubação orotraqueal e mortalidade. MÉTODOS: Trata-se de uma revisão sistemática realizada nas bases de dados PubMed e PEDro, por meio da combinação de descritores em ciências de saúde. Os termos utilizados correspondem a: ("acute hypoxemic respiratory failure”) AND ("high-flow nasal cannula” OR HFNC) AND ("mechanical ventilation" OR "noninvasive ventilation"). RESULTADOS: Dos 57 artigos encontrados nas bases de dados, 19 foram selecionados para a revisão sistemática. Os estudos diversificavam em suas metodologias, porém todos comparavam a cânula de alto fluxo com um método suplementar de ventilação não invasiva. Diante da amostra estudada, 79% dos artigos evidenciaram sucesso ao tratamento com cateter no desfecho intubação orotraqueal. Quanto ao desfecho mortalidade, 74% dos artigos não apresentaram significância estatística na eficácia de redução. Os demais, 26% constaram eficácia do cateter na redução da mortalidade. Os estudos possuem limitações quanto o número amostral de pacientes e comorbidades prévias. CONCLUSÃO: O presente trabalho concluiu que a cânula nasal de alto fluxo é eficaz na redução da necessidade de intubação orotraqueal. Ao passo que, não houve significância estatística na redução do risco de mortalidade.