Estratégias para mitigação de riscos na população com demência ao covid-19: uma revisão sistemática de evidências qualitativas

Abstract

Introdução: Demência é uma condição clínica orgânica que se caracteriza pelo declínio cognitivo permanente de um ou mais domínios, chegando ao ponto de comprometer a vida diária da pessoa acometida. Se trata de uma população majoritariamente idosa, com uma necessidade específica de assistência contínua e prestativa, portanto é questionável como está sendo contornado durante a pandemia do COVID-19. Muitos serviços e casas de cuidados foram suspensos nos períodos de pico, para respeitar as normas de prevenção da doença, deixando pessoas com demência (PCD) e seus cuidadores à mercê do isolamento e das dificuldades relacionadas ao cenário pandêmico. Objetivo: Apresentar e discutir as estratégias e medidas adotadas pela população com demência e seus cuidadores para mitigar os riscos da pandemia do COVID-19. Método: Trata-se de uma revisão sistemática de estudos que utilizaram abordagem qualitativa a qual teve como referência o protocolo do Joanna Briggs Institute (JBI) para revisões de evidências qualitativas. Para tanto foram consultadas as bases de dados PubMed/MEDLINE, Embase, Web Of Science e Portal da BVS (Biblioteca Virtual em Saúde, com os seguintes descritores no primeiro momento: (People with dementia) AND (strategies) AND (COVID-19) e, no segundo momento: (People with dementia) AND (Infection prevention) AND (COVID-19). Foram incluídos estudos no idioma inglês que atenderam 80% da escala de avaliação de risco de viés metodológico os quais abordaram sobre as estratégias/medidas para minimizar riscos de contaminação pelo SARS-CoV 2 à população com demência, publicados no ano de 2020 a abril de 2022. Resultados: A partir da leitura dos títulos e resumos, foram selecionados 42 artigos, dos quais cinco compuseram a amostra desse estudo. Foram feitas análises qualitativas dos estudos, tendo como resultados comuns referentes à 5 temas principais descritos como manejos: (1) atividade física, como caminhadas e corrida para estímulo físico e cognitivo; (2) tecnologia, como forma de comunicação e assistência profissional à população com demência; (3) rede de apoio, como um suporte próximo e ativo; (4) contato à natureza/ar livre, para a preservação da saúde mental e interação social; e (5) comunicação e informação para as PCD como fatores protetivos para o enfrentamento da pandemia. Conclusão: As buscas e pesquisas mostraram a importância de um conjunto de fatores para que fosse possível contornar os problemas e riscos secundários ao COVID-19, como recursos, logística e uma rede de apoio firme. Esse estudo teve sua contribuição para comunidade científica na medida em que ofereceu uma melhor compreensão sobre essa população e estratégias adotadas, favorecendo o direcionamento em cenários como a pandemia do COVID-19.