"Exercício físico e ácidos graxos: alterações metabólicas, inflamatórias e de estresse oxidativo"

Abstract

INTRODUÇÃO: O excesso de peso corporal é fator predisponente para doenças cardiometabólicas. Alimentação inadequada relaciona-se ao excesso de tecido adiposo, ativando vias inflamatórias induzindo a estresse oxidativo e lesão vascular. O exercício físico têm sido apontado como ferramenta de prevenção e controle, porém seus resultados permanecem contraditórios. OBJETIVO: O objetivo primário foi testar a hipótese de que o exercício físico de maneira aguda altera os ácidos graxos do soro de indivíduos com aumento do peso corporal. Nos objetivos secundários, foi investigado o efeito de uma sessão de exercício físico de baixa intensidade sobre a glicemia, os valores lipídicos e o estresse oxidativo de mulheres com excesso de peso corporal. MÉTODOS: Esta tese foi realizada como fruto da parceria científica entre a Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, a Faculdade Adventista da Bahia, a Universidade Federal da Bahia e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mulheres com excesso de peso foram recrutadas do ambulatótio de cardiologia da Faculdade Adventista da Bahia, as amostras de sangue foram coletadas dos pacientes antes e 12h após o exercício físico. O soro foi congelado a -80oC e posteriormente analisado. Quanto ao objetivo primário, os ácidos graxos foram medidos em cromatografia gasosa, com as amostras de soro previamente transesterificadas. Quanto aos objetivos secundários, foram feitas dosagens do perfil glicêmico, e de estresse oxidativo, sendo estes analisados a partir das espécies reativas de ácido tiobarbitúrico (TBARS), carbonilas e sulfidrilas. RESULTADOS: cinco artigos científicos compõem a tese. Como resultado primário, o exercício físico de baixa intensidade não foi capaz de modificar os ácidos graxos de cadeia média. Em relação aos objetivos secundários o exercício provocou redução da glicemia não modificando a resposta lipídica, reduziu a peroxidação lipídica, não interferindo na peroxidação proteica e no fator antioxidante e em mulheres com excesso de peso, o consumo de gorduras poli-insaturada esteve relacionada a menor inflamação subclínica neste grupo de mulheres. CONCLUSÃO: O exercício físico de baixa intensidade foi capaz de diminuir os valores glicêmicos e diminuir a peroxidação lipídica, porém não interferiu na resposta lipídica, antioxidante e na peroxidação proteica. O consumo de gordura poliinsaturada reduz a inflamação subclínica em mulheres com excesso de peso.