Perfil epidemiológico das internações por pneumonia, na bahia, ao longo de uma década

Abstract

INTRODUÇÃO: As infecções das vias aéreas inferiores foram responsáveis por cerca de 3 milhões de óbitos em todo planeta. Nos países subdesenvolvidos, dentre as doenças infecciosas, a pneumonia aparece como líder em causa de mortes. No Brasil, no ano de 2012, dentre os óbitos que ocorreram devido à doenças respiratórias, a pneumonia representa 48% do número total de casos, se configurando como um importante problema de saúde pública. No ano de 2001, os gastos do sistema único de saúde (SUS) com as pneumonias foram em cerca de 46 milhões de reais. Atualmente, poucos são os estudos que apresentam as características dessa doença no Brasil, principalmente em unidades de internação, o que acaba dificultando o entendimento da progressão da doença no território brasileiro, evidenciando a importância de estudos sociodemográficos na promoção da saúde pública. OBJETIVOS: Descrever o perfil sociodemográfico das internações por pneumonia no estado da Bahia ao longo de uma década e analisar a taxa de mortalidade entre as macrorregiões de saúde do estado da Bahia ao longo da década. METODOLOGIA: Estudo observacional descritivo de series temporais com dados secundários obtidos através da plataforma DATASUS. Foram incluídos no presente estudo todos os casos de pacientes residentes da Bahia internados por pneumonia no estado, no período de 2010-2019. As variáveis utilizadas foram: Taxa de mortalidade; Sexo (Masculino e Feminino); Faixa etária (Menores de 1 ano; entre 1 e 9 anos, 10 e 19 anos, 20 e 29 anos, 30 e 39 anos, 40 e 49, 50 e 59, 60 e 69, 70 e 79, maiores de 80 anos); Valor gasto total (R$); Tempo médio de internação; Valor médio por internação (R$); Macrorregião de saúde (Centro-Leste, Centro-Norte, Extremo Sul, Leste, Nordeste, Norte, Oeste, Sudoeste, Sul). RESULTADOS: A maioria das internações ocorreu no sexo masculino (média de 52,5%); O maior custo médio por internação, foi visto na sétima década de vida, sendo de R$ 904,48 sendo essa faixa etária, também, a que passa mais tempo, em média, no internamento, chegando a 6,2 dias; a Macrorregião de saúde Leste foi a que apresentou a maior quantidade de internamentos no período, chegando a 80.433 internações, sendo também a macrorregião mais custosa ao estado no período, com um valor gasto total de R$ 86.074.629,11; a taxa de mortalidade variou de 2,45 no primeiro ano para 7,07 no último ano estudado. CONCLUSÃO: Se faz de extrema importância a continuidade e adoção de medidas, por parte do governo, para a atenuação dessa crescente taxa de mortalidade, com foco nos pacientes de risco, como os extremos de idade.