Análise epidemiológica da mortalidade por neoplasia de pênis no brasil uma análise quantitativa e qualitativa

Abstract

Introdução: O câncer de pênis (Ca de pênis) é uma neoplasia rara, com maior prevalência em países em desenvolvimento, como o Brasil, que possui uma das maiores incidências globais da doença. A higiene precária, fimose, tabagismo, múltiplos parceiros sexuais e HPV são descritos na literatura como os principais fatores de risco. O tratamento é frequentemente mutilante, afetando fisicamente e mentalmente os pacientes. No entanto, a falta de dados epidemiológicos limita a compreensão da doença e melhores prognósticos. Portanto, medidas educativas, preventivas e diagnóstico precoce são imprescindíveis para enfrentar esse problema de saúde pública. Objetivo: Retratar o perfil epidemiológico e a evolução dos óbitos por Neoplasia Maligna de Pênis no Brasil no período entre 2011 e 2021. Método: Trata-se de estudo epidemiológico descritivo. Os dados foram coletados do banco de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), representando os óbitos por neoplasia maligna de pênis (CID-10) entre 2011 e 2021. Como este é um banco de dados de domínio público, não houve necessidade de aprovação do comitê de ética. Resultado: Durante o período analisado foram registrados 4592 óbitos por Neoplasia de Pênis no Brasil. O número de óbitos no ano de 2021 (478 óbitos), ano de maior número de mortes, foi 45% maior do que o registrado em 2011 (328 óbitos), ano de menor número de mortes. Em relação a região que registrou o maior número de óbitos no período, temos o Nordeste com 1584 óbitos (34,5%). Quanto a etnia, os pardos (45,1%) foram os mais afetados. Levando em consideração a faixa etária, 3658 (79,6%) ocorreram em pessoas com 50 anos ou mais, sendo o intervalo de 60-69 anos, o que registrou o maior número de mortes, 1043 (22,7%). No que tange ao grau de escolaridade, o grupo com até 3 anos de escolaridade completos representam 2144 (46,7%) óbitos, enquanto o grupo formado pelos falecidos com 12 anos de estudo ou mais, é composto por 123 (2,6%) pessoas. Conclusão: Através dos resultados apresentados, infere-se que o número de óbitos por Neoplasia Maligna de Pênis aumentou com o decorrer dos anos no período entre 2011-2021. O estudo em questão, verificou maior frequência de mortes por Ca de Pênis entre homens pardos, da Região Nordeste, na faixa etária de 60-69 anos e de baixa escolaridade (até 4 anos de estudos). Urge, portanto, a implantação estratégias de saúde pública que visem reduzir a incidência da doença com o enfoque 4 em medidas educativas e de conscientização sobre fatores de risco, prevenção e diagnóstico precoce da neoplasia de pênis.