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Título: Perfil clínico e epidemiológico dos pacientes com síndrome de hipertensão portal em um hospital de referência em salvadorba, entre 2019 e 2022
Autor(es): LEAL, Eduarda Marques
Palavras-chave: Hipertensão Portal
Esquistossomose
Hérnia
Cirrose
Escore de gravidade
Data do documento: 2023
Resumo: Introdução: A Síndrome de Hipertensão Portal (SHP) não é uma doença em si, mas sim uma complicação de diversas condições médicas, que podem ser classificadas em três categorias principais: pré-hepáticas, intra-hepáticas e pós-hepáticas. Essas doenças promovem um aumento anormal da pressão na veia porta, com valores iguais ou superiores a 10 mmHg, medida pelo Gradiente de Pressão Venosa Hepática. Esse aumento resulta na formação de vias colaterais portossistêmicas, desviando o fluxo sanguíneo portal para a circulação sistêmica, o que acarreta repercussões clínicas significativas. Objetivo: Caracterizar o perfil epidemiológico e clínico dos pacientes com SHP atendidos no ambulatório de hepatologia de um hospital de referência em Salvador-BA. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional transversal, de coleta retrospectiva, do período de 2019 a 2022, de pacientes diagnosticados com Hipertensão Portal. Esse estudo foi feito por meio da coleta de dados de prontuários padronizados pelo Hospital Geral Roberto Santos (HGRS). Resultados: Quanto à notificação compulsória, 85,1% dos casos apresentavam esquistossomose, seguidos de hepatite C (8,5%) e a hepatite B (6,4%). Em relação às manifestações clínicas, destacam-se: a presença de varizes gastroesofágicas (85,9%), ascite (37,2%), maior predominância de baço palpável em comparação com fígado palpável (36,8% versus 10,5%), hérnia na parede abdominal e/ou inguinal (21,8%), derrame pleural e icterícia, ambos com 12,8%. Foram observadas a relação entre a presença de ascite que apresentou maior propensão para o desenvolvimento de derrame pleural e hérnia inguinal e/ou abdominal, com diferenças significativas entre os grupos (p=0,021 e p=0,037, respectivamente). No que diz respeito à distribuição etiológica dos pacientes com SHP que possuem doença crônica parenquimatosa do fígado (DCPF), verificouse que 26,9% deles tinham doença alcoólica do fígado (DAF), enquanto 13,9% apresentavam esteatose hepática não alcoólica. Ainda no contexto das condições clínicas, registrou-se a ocorrência de hemorragia digestiva alta (HDA) em 73,1% dos pacientes, com uma associação estatisticamente significativa entre ocorrência de HDA e maior pontuação no escore MELD (p=0,034). Dos pacientes com HDA, 86% realizaram alguma modalidade de profilaxia secundária, sendo predominante o uso de Beta-bloqueadores (93,9%) e a Ligadura elástica (83,7%). No que concerne aos escores de gravidade Child-Pugh, a categoria A foi a mais prevalente (55,1%), enquanto, quando utilizado escore MELD, a pontuação 12 foi a mais comum (18,8%). Para os escores MELD-Na, a pontuação 11 e 9 apresentaram igual frequência, ambos com 18,2%. Em relação ao comportamento de risco dos pacientes com SHP, observou-se um histórico de etilismo em 59,1%, dos casos. Ademais, houve associação entre a variável "histórico de etilismo" e variável "sexo masculino" (p<0,001).Conclusões: O estudo identificou uma alta frequência de Esquistossomose no ambulatório, devido à alta incidência na Macrorregião Leste, área de cobertura do HGRS. Quanto à etiologia da DCPF, predominou a DAF, possivelmente influenciada pelos hábitos locais. O desenvolvimento de ascite está intimamente ligado ao desenvolvimento de hérnias na parede abdominal e/ou inguinal, bem como ao de derrame pleural. No caso de HDA, a gravidade do paciente medida pelo escore MELD foi um fator estatisticamente determinante, não havendo correlação com ressangramento com modalidade profilática escolhida.
URI: https://repositorio.bahiana.edu.br:8443/jspui/handle/bahiana/7743
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